Há tradições que já não fazem muito sentido
Clara Ferreira Directora Clínica na Clínica Veterinária Torres Pet - Torres Novas
Vai sempre à iniciativa “Memórias da História” organizada pela câmara municipal de Torres Novas e que este ano tem por tema o Cosmógrafo-mor do reino, Manuel de Figueiredo mas diz que não gostava de voltar ao passado.
“Não gostava de ter vivido naquela altura. Gosto muito de história mas o conforto dos dias de hoje é muito diferente. O que mais me incomodaria seria a falta de higiene da altura. Não podemos esquecer que sou médica e a base principal da minha formação é a prevenção e os cuidados de higiene”, justifica.
Clara Ferreira diz que na ida com a família à Feira procura reconstituir o ambiente de outras épocas tendo por base o lazer e a curiosidade. “Gosto muito de saber como cozinhavam, quais os utensílios que usavam, como viviam sem as comodidades a que estamos habituados e sem as quais não sabemos viver! Além da história que gostemos ou não faz parte da nossa identidade como Portugueses”.
Refere que ir a um evento como aquele que vai decorrer em Torres Novas nem sempre é uma boa experiência. “No fim-de-semana é geralmente muito difícil encontrar lugar para nos sentar-mos e comer. Eu gosto muito de ir comer à feira mas com uma criança pequena não ter lugar para me sentar torna-se um problema difícil de contornar e já me fez voltar para casa”, explica.
Sobre as tradições em geral a Directora Clínica da Torres Pet diz que há algumas que já não faz sentido manter, nomeadamente as que envolvem sofrimento animal.
Elogia a actividade cultural da cidade ao longo do ano e refere a importância de iniciativas como as Memórias da História para a cidade. “Felizmente hoje em dia já não se pode dizer que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem, como há uns anos. A nossa cidade é exemplo disso, temos muita cultura, actividades variadas e um nível de vida na minha opinião muito bom. Este tipo de actividade além da óbvia afluência de pessoas e dinheiro dá notoriedade à cidade”.
Os elogios às iniciativas culturais não se estendem ao funcionamento de alguns serviços municipais. “Torres Novas é neste momento uma boa cidade quer para se morar quer para trabalhar. Tem boas infra-estruturas e boa qualidade de vida. Mas espero, sinceramente, que as burocracias camarárias melhorem. Acho impressionante como nos dias de hoje ainda se demora 2 anos para passar uma licença. Isso atrasa muito todas as empresas e pode fazer descer o nosso nível de emprego a médio/longo prazo”, refere.
Quanto à Torres Pet diz que está em franca expansão. “Atingiu o objectivo para os primeiros 5 anos, sendo já a Clínica Veterinária de referência da região tanto devido ao alargado painel de serviços prestados como na formação dos colaboradores. O futuro irá passar pela consolidação do que já foi atingido, mantendo sempre a atenção nas necessidades dos clientes e na constante modernização e melhoria dos serviços. A burocracia, licenças e licencinhas, impostos e taxas, mais a dificuldade de resolver pequenos conflitos afecta todas as pequenas empresas em Portugal e a Torres Pet não é excepção.
O tempo livre de Clara Ferreira é passado com a família. Quando não está a trabalhar também aproveita para estudar. Tem duas viagens que quer fazer assim que possível. Uma ao Butão e outra à Costa Rica porque são dois países com uma cultura de respeito pela natureza e pelo próximo.