Agredida pelo vizinho dentro do posto de Alpiarça perante passividade do guarda
Guarda era o único que estava no posto e mandou vítima e agressor resolverem situação na rua
Uma professora, proprietária de um centro de estudos situado a 150 metros da GNR de Alpiarça, foi agredida dentro do posto à frente do único militar de serviço nas instalações, que se limitou a mandar a vítima e o agressor para a rua. A situação ocorreu no dia 15 de Maio quando Marina Maltez se dirigiu ao posto para apresentar queixa de um casal vizinho, que alega, tinha o carro a bloquear a saída da viatura do centro de estudos, estacionado num lugar criado pela câmara para o efeito. O homem foi atrás da professora para o posto e de ânimos exaltados acabou por lhe provocar escoriações num braço.
O comando territorial da GNR diz que a Guarda não recusa receber queixas mas que no caso em que esteja apenas um militar no posto e entrem nas instalações várias pessoas, este por razões de segurança tem de chamar a patrulha. “O se faz nestes momentos é pedir que saiam do posto e o guarda de serviço chama a patrulha”, explica a Guarda Nacional Republicana. A vítima acabou por apresentar queixa no posto da GNR da Golegã, onde reside.
Marina Maltez conta a O MIRANTE que se dirigiu ao posto com o seu marido e com a filha mais nova. “Disse que queria apresentar queixa, só estava um guarda de serviço que disse que não ia aceitar a queixa porque alegou que o assunto deveria ser tratado lá fora. Eu disse que não resolvia nada fora do posto porque já me partiram a porta do estabelecimento e ameaçaram os meus alunos”.
Marina conta que dentro do posto ninguém conseguia manter a calma e que o guarda só pedia para que saíssem todos para a rua. A dada altura, conta, o vizinho “agarrou-me no braço direito e começou-me a sacudir como se eu fosse uma boneca de trapos e pisou-me. A minha filha estava assustadíssima e começou a gritar e foi quando o meu marido se meteu e o afastou”, conta a professora.
A história já é antiga e tudo por causa de um lugar de estacionamento que a autarquia disponibilizou para fazer facilitar o transporte e acesso das crianças que frequentam aquele centro de estudos. A professora conta que já chamou a patrulha mais de 20 vezes “mas nunca aparecem porque num dia estão a salvar gatinhos e noutro estão a salvar cães”, conta Marina. As divergências de vizinhança arrastam-se há cerca de um ano. “Acordo de manhã para ir trabalhar e fico logo nervosa com o que me pode acontecer”, conclui.