Uma semana negra para a zona industrial de Montalvo
Unidade metalúrgica fechou portas no dia 17 de Maio, poucos dias depois de se saber que uma empresa espanhola vai também fechar as suas instalações no concelho de Constância até final do ano.
A ETRAM – Empresa Transformadora de Metais, instalada na Zona Industrial de Montalvo, no concelho de Constância, encerrou portas no dia 17 de Maio, situação que levou a presidente da Câmara de Constância, Júlia Amorim (CDU), a lamentar mais essa má notícia, depois de, na semana anterior, ter sido tornado público que a empresa espanhola Goma Camps, com cerca de 60 funcionários, vai fechar até final do ano a sua unidade de produção no mesmo local.
A empresa de metalurgia agora encerrada deixou no desemprego a funcionária administrativa e a de limpeza, enquanto os serralheiros têm emprego assegurado numa empresa do mesmo grupo localizada na Batalha. Júlia Amorim esteve na empresa no dia do seu encerramento, onde falou com o administrador e com os trabalhadores. A autarca inteirou-se da situação, percebendo que existem salários em atraso e que já foi nomeado o administrador da insolvência, pelo que serão regularizadas as situações nos termos da Lei. A decisão de encerramento foi justificada com o facto de a Caixa Geral de Depósitos ter votado contra o plano de reestruturação da empresa.
Fábrica de papel deixa 59 no desemprego
Na semana anterior, ficou a saber-se que a empresa espanhola Goma Camps, com cerca de 60 funcionários, vai fechar até ao final de 2017 a sua unidade localizada na zona industrial de Montalvo. “É uma situação muito grave e que me foi confirmada em reunião tida com o responsável da fábrica em Portugal”, disse Júlia Amorim, acrescentando que “são 59 colaboradores, com diversos vínculos contratuais, que ficam no desemprego, sendo que, em alguns casos, são famílias inteiras que ficam sem trabalho”.
Segundo Júlia Amorim, o motivo apresentado para o encerramento da actividade operacional ao nível da produção e da logística em Constância foi a “necessidade de organização interna do grupo empresarial” espanhol, que se dedica ao fabrico, transformação e comercialização de produtos em papel tisú.
“A empresa está ainda a funcionar dentro da normalidade, ou seja, ao máximo, com três turnos, e não disseram o dia certo de encerramento. O problema é que não escoa o que produz e decidiram passar a produzir em Espanha, onde investiram recentemente”, disse Júlia Amorim, tendo referido que, além da exportação, esta empresa de transformação e comercialização de papel ainda centra o seu trabalho comercial com empresas, instituições e armazenistas portugueses.
Segundo Júlia Amorim, o responsável da empresa em Portugal referiu que o processo será feito “com calma e respeito pelos 59 trabalhadores, 34 deles no quadro e 25 em trabalho temporário “, com os quais a autarca manifestou “solidariedade”.
A Goma Camps Portugal é uma das empresas mais antigas no sector do papel, com 250 anos de história, tendo nascido pelas mãos de uma família catalã, numa pequena oficina artesanal, em Espanha. Ao longo dos anos o grupo foi-se expandindo e está em Portugal desde 1995. A unidade portuguesa é uma das sete que formam a multinacional presente em Espanha, França, Portugal e Marrocos.