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“Se temos oportunidade de ajudar a salvar uma vida não ficamos em casa”

“Se temos oportunidade de ajudar a salvar uma vida não ficamos em casa”

Estudantes da Escola Profissional do Vale do Tejo abraçaram causa solidária e participaram na recolha de sangue que decorreu nas instalações de O MIRANTE em Santarém.

Há sempre uma primeira vez para tudo e para dar sangue também. E foi isso que aconteceu a 14 alunos da Escola Profissional do Vale do Tejo que, na manhã de quinta-feira, 22 de Junho, decidiram participar em mais uma recolha de sangue nas instalações de O MIRANTE em Santarém, promovida em parceria com o Grupo de Dadores de Sangue de Pernes e o Instituto Português do Sangue e da Transplantação.
Andreia Santos, de 18 anos, anda no 10.º ano do Curso Profissional de Técnico de Turismo e foi das primeiras jovens a sentar-se na marquesa para dar sangue. Depois de ter preenchido o questionário inicial e de ter passado por uma consulta com a médica de serviço, Andreia, tal como alguns dos estreantes, ainda teve de ir comer alguma coisa, pois vinha em jejum para a recolha. Para ela, é já um hábito tomar o pequeno-almoço um bocado mais tarde e “nem pensou nisso”. A jovem, tal como outros dos colegas da Escola Profissional do Vale do Tejo, acha muito importante este tipo de iniciativas. Sem medo de agulhas e sem estar incomodada em ver sangue, a estudante diz que este foi o primeiro passo e que agora quer continuar a doar.
Também Miguel Dias e Gonçalo Ramos, ambos com 18 anos e no 11.ºano do Curso Profissional de Técnico de Turismo, são da mesma opinião. Doar sangue não custa nada tal como ajudar a salvar uma vida também não. “Temos de pensar no próximo”, diz Gonçalo, referindo também que, apesar de ser uma experiência nova, “não há nada que temer”.
Gonçalo não chegou a dar devido a problemas de saúde e o mesmo aconteceu a Bruna Pereira, de 20 anos, no 10.º do Curso Profissional de Técnico de Multimédia, que fez uma tatuagem há um mês e por isso também ficou impedida. Bruna admite que já há muitos anos que gostava de ter dado sangue mas “estava com algum receio”.
Ana Garcia, 19 anos, no 10.ºano do Curso Profissional de Técnico de Turismo, conta que antes de vir doar sangue ainda se informou com quem já é repetente nestas andanças mas, ainda assim, veio em jejum. “Foi um descuido”, confessa. Para ela, dar sangue não é só ajudar alguém mas, sobretudo, “dar mais anos de vida às pessoas que têm problemas”. Em relação aos jovens de hoje, Ana acredita que muitos dos que tomam esta decisão “sabem bem o que vão fazer” mas também tem noção que “há sempre aqueles que acham que é fixe e só querem apenas passar uma boa imagem”.
Olha Vorobets, de 21 anos, no 11.º ano do Curso Profissional de Técnico de Cozinha/Pastelaria, diz que sempre gostou de ajudar os outros e “quando há alguma coisa deste género tento participar em tudo”. Quanto às agulhas e a ver sangue não é nada que incomode a jovem estudante que, antes de decidir entrar no curso de cozinha/ pastelaria, ainda ponderou em seguir enfermagem. “Não podemos pensar só em nós, temos de pensar também nos outros. Se acontecesse algo a nós também gostávamos que houvesse pessoas sensíveis que nos ajudassem”, afirma.

Daqui a dez anos há um novo dador

O Tomás deslocou-se às instalações de O MIRANTE com a mãe logo ao início da manhã de quinta-feira, 22 de Junho, para ver pela primeira vez como se dá sangue. Com apenas 8 anos, Tomás sabe bem para onde vai o sangue. “É para as pessoas acidentadas que, se precisarem de sangue, têm para receber”, diz o jovem em tom confiante.
Tomás Vinagre mostrou-se admirado pelo facto da recolha de sangue ser realizada nas instalações do jornal O MIRANTE e não no hospital, pois, como referiu, “aqui não há doentes”. Tomás garantiu não ter medo de agulhas e não ter ficado incomodado ao ver sangue. Prometeu que daqui a dez anos vai voltar para dar sangue pela primeira vez e ajudar quem precisa.

68 pessoas inscritas mas só 48 deram sangue

Catorze pessoas registaram-se na Base Nacional de Dadores de Medula Óssea

Na recolha de sangue de O MIRANTE, realizada em parceria com o Grupo de Dadores de Sangue de Pernes, compareceram 68 pessoas, das quais 48 puderam dar sangue. Também houve um elevado número de inscritos que decidiram dar sangue pela primeira vez. Há a registar 24 inscritos para dar sangue pela primeira vez, embora parte graças à presença de 17 alunos da Escola Profissional do Vale do Tejo.

Aproveitar a iniciativa de O MIRANTE para dar sangue
Depois de vários convites de O MIRANTE
e da insistência da esposa, o presidente da Junta de Freguesia de Almeirim, Joaquim Catalão, aceitou finalmente o desafio para dar sangue na iniciativa realizada por O MIRANTE. “As mulheres conseguem ser muito persistentes. Nunca dei sangue porque sempre pensei que não podia dar. Por vezes a tensão não está bem e achei que não fosse um potencial dador. Afinal, correu bem e pude contribuir para esta causa tão nobre”, referiu no final da iniciativa, garantindo que esta é uma causa que vai abraçar mais vezes.
Ao seu lado, a esposa Anabela Catalão, directora técnica do Ateliê de Tempos Livres (ATL) Class 20, em Almeirim, estava surpreendida por não poder dar sangue desta vez por estar a fazer um tratamento de reforço de ferro no organismo. Anabela é dadora habitual de sangue e considera que é importante todos poderem ajudar os outros.
O director distrital da Segurança Social de Santarém, Tiago Leite, é presença habitual na recolha de sangue de O MIRANTE e confessa que tem dado apenas uma vez por ano. “Criei o hábito de vir cá porque me convidam e sinto-me motivado a vir. Já dei sangue muitas vezes mas habitualmente dou quando amigos e família precisam. A primeira vez que dei foi, há muitos anos, quando o meu pai foi operado ao coração.
Carlos Catalão, vogal na União de Freguesias da Cidade de Santarém, dá sangue normalmente uma vez por ano e sempre na iniciativa de O MIRANTE. “Comecei a dar sangue quando O MIRANTE começou com esta iniciativa e tenho vindo sempre. É um gesto de solidariedade e cidadania para com quem precisa. E estou muito feliz por ver aqui vários jovens que também vieram dar sangue, o que quer dizer que a cidadania também está a passar por eles que são o futuro da nossa sociedade”, referiu.

Fátima e João Parente

Já deu sangue 94 vezes

João Parente recebeu um diploma do Grupo de Dadores de Sangue de Pernes por ter completado a 94ª dádiva de sangue. Aos 62 anos quer continuar a contribuir para ajudar quem precisa sempre que puder. “Sinto-me bem a poder ajudar os outros e enquanto puder vou sempre dar sangue de três em três meses. Já nem me lembro quando comecei a dar sangue mas fi-lo porque percebi que havia muita gente doente ou que tinha acidentes e precisava de ajuda. Esta é a minha forma de ajudar quem mais precisa”, afirma.
A seu lado, a esposa, Fátima Parente, já deu sangue 54 vezes. A primeira vez que participou numa dádiva de sangue foi em 1988. Desde então tem participado em diversas iniciativas sempre que pode. “Sinto-me bem a dar sangue porque sei que estou a ajudar quem precisa. Quando me levanto da cadeira sinto-me feliz e com a sensação do dever cumprido. Estamos sempre à espera que passe o tempo para podermos voltar a dar sangue”, afirma Fátima.

“Se temos oportunidade de ajudar a salvar uma vida não ficamos em casa”

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