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O bairro social de maioria cigana no Entroncamento e a falsa xenofobia 

Não concordo com generalizações que metem tudo no mesmo saco, nomeadamente em relação aos ciganos. O facto de haver indivíduos não ciganos que cometem crimes não faz de mim um criminoso nem alguém se atreveria a dizer que o meu bairro é um bairro de pessoas que não respeitam a lei.
Posto isto e tendo amigos que residem ao lado do bairro Frederico Ulrich no Entroncamento, compreendo que eles muitas vezes generalizem e digam que os ciganos são um foco de problemas e de instabilidade. Eles não são xenófobos mas não pactuam com delinquentes e com quem não respeita a lei, sejam os seus vizinhos ciganos ou não ciganos. E tanto chamam a polícia quando há vizinhos não ciganos a fazer demasiado barulho durante a noite ou a roubar e a agredir alguém, por exemplo, como a chamam quando se trata de ciganos. O que acontece muitas vezes é verificarem que há alguma tolerância social e a nível das autoridades em relação aos ciganos que não há para os não ciganos.
Não vale a pena referir que as pessoas receiam mais os ciganos que têm comportamentos desordeiros do os desordeiros que não são ciganos. Não vale a pena lembrar os casamentos combinados nas comunidades ciganas nem o facto de as meninas deixarem de ir à escola quando entram na puberdade sem que seja possível fazer cumprir a lei. Uma situação susceptível de levar à intervenção da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens não é tratada da mesma maneira. As crianças ciganas não são retiradas às famílias, por exemplo.
Outros dirão melhor e de forma fundamentada o que eu queria aqui dizer mas os doutores opinadores dos jornais e televisões não podem continuar a chamar xenófobos e racistas aos cidadãos, como os que habitam próximo do bairro Frederico Ulrich no Entroncamento, que são vítimas destas situações, só pelo facto de eles não conseguirem explicar bem as situações que os impedem de viver a sua vida em paz.
J. Rosa

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