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Convento do Carmo é o novo espaço de cultura em Torres Novas
O presidente da câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, era um homem feliz na inauguração do edificio

Convento do Carmo é o novo espaço de cultura em Torres Novas

Remodelação do edifício arrastou-se durante anos e não foi pacífica. Edifício do antigo hospital da cidade vai acolher também a Loja do Cidadão e a Loja Ponto Já.

Depois de vários anos de avanços e recuos o edifício do antigo Convento do Carmo (e antigo hospital da cidade), em Torres Novas, abriu ao público no sábado, 22 de Julho, após obras de requalificação e de um processo atribulado que fez correr muita tinta. Na cerimónia de inauguração, o presidente do município, Pedro Ferreira (PS), recordou o processo “lento e desgastante” de recuperação do edifício que teve um custo total de cerca de 5,2 milhões de euros, tendo a câmara pago 41 por cento e o valor remanescente ficado a cargo de fundos comunitários.
“Cada metro quadrado deste espaço faz parte dos torrejanos. Os menos jovens nasceram aqui e viram os seus filhos nascerem, como é o meu caso. Queremos que o Convento do Carmo seja um espaço cultural onde se vão realizar diversos eventos nacionais e internacionais. O edifício vai acolher, num dos pisos, uma Residência Artística, que será uma valência inovadora para artistas nacionais e estrangeiros”, referiu Pedro Ferreira.
O presidente acrescentou que a ideia inicial, quando começaram as obras de requalificação do Convento do Carmo, era para que fossem para ali transferidos os serviços da Câmara de Torres Novas. Uma ideia que Pedro Ferreira não coloca totalmente de parte mas que só o “futuro dirá” se tal irá acontecer. Além de ser um espaço cultural, o novo Convento do Carmo vai também receber a Loja do Cidadão e a Loja Ponto Já. Para assinalar a inauguração do novo espaço decorreram durante o fim-de-semana dezenas de iniciativas culturais e espectáculos musicais para toda a população.
Isabel Damasceno, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Centro, também marcou presença na cerimónia e elogiou um “espaço belíssimo com uma enorme história” bem como a postura do presidente da câmara. “As dificuldades deste projecto foram sempre sendo ultrapassadas. Tenho que deixar um elogio ao presidente do município que teve sempre bom senso e conseguiu entender e ultrapassar todos os obstáculos. Por isso estamos aqui hoje a inaugurar este espaço”, sublinhou.
Pedro Ferreira recordou a história do edifício que o município adquiriu à Santa Casa da Misericórdia, inicialmente, para instalar os paços do concelho, o que não veio acontecer dadas as condicionantes impostas pela candidatura a fundos comunitários. O anterior presidente da câmara, António Rodrigues (PS), sempre assumiu que as instalações estavam destinadas a alojar os serviços da câmara municipal que actualmente funcionam, junto ao castelo, apesar da candidatura a fundos comunitários ter sido feita no âmbito da cultura, o que, implicitamente, determinava o futuro uso do imóvel.

PSD critica encargos e prejuízos inaceitáveis

Depois da inauguração do Convento do Carmo, o PSD de Torres Novas emitiu um comunicado onde, além de falar do processo “confuso, que inclui a perda de fundos comunitários e concursos anulados por desconformidade legal e indemnizações a empreiteiros”, critica que a gestão PS na Câmara de Torres Novas, no âmbito da inauguração, tenha “acrescentado despesa, encargos, prejuízos e uma dispersão de recursos que consideramos totalmente inaceitável”.
A concelhia social-democrata coloca uma série de questões, nomeadamente: “porque foi feita a contratação de uma consultoria externa para a concepção do programa de inauguração?”; “quanto custou esta ‘festa’, entre consultores, exposições, artistas, segurança, equipamento, publicidade, recursos humanos, tudo?”; “Há a mesma capacidade de investimento e apoio ao Museu Municipal, Biblioteca Municipal, Teatro Virgínia, colectividades culturais e restante movimento associativo?”.
O PSD de Torres Novas diz não ter uma perspectiva redutora para a cultura em Torres Novas, “Mas tem que haver proporcionalidade, coordenação e sentido estratégico para as actividades e investimentos realizados. E, neste caso, um maior respeito pela história e memória colectiva dos torrejanos”.

Convento do Carmo é o novo espaço de cultura em Torres Novas

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