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Parlamento aprova recomendações para despoluição da ribeira da Boa Água

Projectos de resolução de todos os partidos com assento parlamentar foram aprovados na Assembleia da República. Proposta do Bloco de Esquerda para encerramento e deslocalização de fábrica foi rejeitada pelas restantes forças políticas.

Os projectos de resolução apresentados por PSD, PS, PCP, CDS-PP, PEV e PAN sobre a despoluição da ribeira da Boa Água, afluente do rio Almonda, em Torres Novas, foram aprovados por unanimidade na Assembleia da República. Em relação ao diploma do Bloco de Esquerda, foi rejeitado o ponto 1, com os votos contra de todas as outras forças partidárias. Essa alínea referia-se à obrigação de encerramento e deslocalização da empresa fabril Fabrióleo, “principal poluidor”, segundo o partido. Os pontos 2 e 3 do projecto de resolução bloquista foram aprovados por unanimidade.
Foi também votada uma petição de cidadãos que solicita a “adopção das medidas necessárias para uma despoluição efectiva e total da ribeira da Boa Água”, subscrita por 5.700 cidadãos. O curso de água, recorde-se, tem sido alvo de descargas poluentes ao longo dos últimos anos, o que tem motivado protestos de populares, ambientalistas e forças políticas.
O projecto de resolução do Partido Ecologista “Os Verdes” alerta para “os problemas graves de poluição” com que a ribeira da Boa Água se debate há vários anos “sem que tenha existido uma acção eficaz para a sua resolução”.
O PS recomenda ao Governo que adopte medidas que visem a despoluição da mesma ribeira. Carlos Matias, do Bloco de Esquerda, disse tratar-se de um “crime ambiental” e que “só daqui a alguns anos se sentirão as consequências nefastas” da poluição da ribeira da Boa Água.
O PSD pedia, no projecto de resolução, “um conjunto de açcões tendentes à despoluição do rio Almonda e seus afluentes” e que “é tempo de agir com coragem” e de “dar voz às pessoas que vivem com este problema de poluição”. O CDS-PP acrescentava que essas medidas são “urgentes” e considerou “essencial identificar todos os infractores, aplicar medidas sérias e punitivas e reforçar a fiscalização”.
O PAN recomendava, igualmente, a despoluição da Ribeira da Boa Água e também acções de fiscalização, identificação e punição dos agentes poluidores. O PCP manifesta-se, de igual forma, contra a poluição no rio Almonda e diz que não se tem tomado as medidas necessárias para que a lei seja cumprida.

Fabrióleo congratula-se com aprovação de medidas de despoluição da Ribeira da Boa Água

Empresa diz que tem sido perseguida avisa que vai actuar judicialmente contra quem a difamar

A Fabrióleo, em Torres Novas, que tem sido acusada de poluir a Ribeira da Boa Água, “congratula-se pelo facto do tema da despoluição da Ribeira da Boa Água ter estado em debate na Assembleia da República”, no dia 19 de Julho. E avisa, em comunicado, que vai “actuar judicial e criminalmente contra aqueles que difamam e caluniam a empresa e os seus trabalhadores”. Na sessão foi votada uma petição de cidadãos que solicita a “adopção das medidas necessárias para uma despoluição efectiva e total da Ribeira da Boa Água”, subscrita por 5.700 cidadãos. A proposta do Bloco de Esquerda, para obrigar ao encerramento e deslocalização da empresa, foi rejeitado por todas as outras forças partidárias.
Em comunicado, a empresa “reitera a sua posição pela defesa do ambiente do concelho de Torres Novas e aplaude o facto de as várias forças políticas terem defendido no debate parlamentar de hoje a necessidade de se identificar todas as fontes poluidoras da Ribeira da Boa Água”. A Fabrióleo recorda que está a ser monitorizada “há largos meses” por investigadores da Universidade Nova de Lisboa, realçando que “não é a origem do problema da poluição” e que “tem sido vítima de perseguição”.
A Fabrióleo lamenta o que considera serem “tentativas para se esconder e omitir quais são as reais fontes poluidoras da região” e convida os representantes dos diversos partidos políticos para visitarem as instalações da empresa, “sem quaisquer restrições”. A empresa reitera ainda a disponibilidade para co-financiar a construção de um colector, que permita às empresas da zona uma ligação à ETAR de Torres Novas e ao mesmo tempo promover o saneamento básico na região.

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