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Cavalhadas de Vialonga já não oferecem animais vivos porque podem morrer com o calor

Cavalhadas de Vialonga já não oferecem animais vivos porque podem morrer com o calor

Prémio para os vencedores foi substituído este ano por garrafas de espumante

Ouve-se a chamada, dá-se a partida e os cavaleiros lançam-se a galope. Levam nas mãos varas pontiagudas para tentarem furar alvos de papel em argolas de metal a alguns metros do chão. Os concorrentes que conseguirem furar a argola e mantê-la presa na vara quando se afastam do aro recebem uma recompensa. São assim as cavalhadas de Vialonga, numa tradição que remonta há mais de um século. Até agora a recompensa dada aos participantes eram animais, como galinhas e bezerros, mas este ano a organização decidiu dar um toque de modernidade, oferecendo garrafas de espumante.
As cavalhadas de Vialonga decorreram na tarde de domingo, 13 de Julho, e Fernando Fonseca, vice-presidente dos Bombeiros Voluntários de Vialonga, entidade que organiza a iniciativa, explica a mudança: “Decidimos fazer assim porque está muito calor e tínhamos medo que as galinhas morressem enquanto não se chegasse ao fim da prova”. E com o calor intenso que se fez sentir nessa tarde era bem provável que os animais a oferecer se ressentissem. Quem não teve medo das temperaturas, apesar do incómodo, foram os cavaleiros, que mostraram a sua perícia no campo junto ao túnel na variante de Vialonga, reaberto há pouco tempo.
Entre os vários concorrentes estiveram duas mulheres, que embora não tenham ficado entre os cinco vencedores e não tenham levado para casa troféus, mostraram que não se ficam muito atrás dos homens no que toca à destreza. Ao longo de quase duas horas, as famílias, amigos e restantes apreciadores da prova, que se reuniram à sombra das oliveiras para aplaudirem e darem ânimo aos concorrentes, mostraram-se tão incansáveis a aplaudir quanto os cavaleiros a galopar.
Além dos de Vialonga e da Granja também participaram cavaleiros de outras zonas, como de Queluz e de Marinhais (concelho de Salvaterra de Magos). No final das dez rondas teve de haver desempates entre alguns dos participantes, sempre com bom desportivismo. Entre os que mais argolas conseguiram conquistar esteve Miguel Baptista, que além de correr por si também correu na vez do amigo Hélder Nunes, conseguindo no final o 2º lugar para si e o 4º lugar para o amigo. Mas foi João Nunes, de 27 anos, morador de Vialonga, quem venceu a prova deste domingo, já pela 6ª vez consecutiva. No dorso da égua Alzira, conseguiu conquistar sete garrafas de espumante e o troféu do primeiro lugar e para o ano promete fazer ainda melhor.

A galope como gente grande

Igor tem apenas 13 anos mas já domina um cavalo melhor que muitos adultos. Esteve presente com a família nas cavalhadas, como tem estado desde que nasceu, e embora quisesse participar, como já chegou a fazer noutros anos, desta vez ficou apenas a assistir ao desempenho do pai, que se saiu bem na prova. Começou a montar aos quatro anos e desbastou sozinho o pónei Jeremias, com que deu várias voltas ao campo antes da prova. Também montou a égua Princesa, com a mesma confiança com que montou o pónei e com a mesma confiança de quem confessa de peito cheio que quer ser toureiro. O seu maior sonho é chegar um dia a tourear no Campo Pequeno, a que já foi várias vezes assistir a corridas com a família.

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