Estacionamento anárquico no acesso ao Agroal dificulta acção de veículos de socorro
Nos dias de maior afluência à praia fluvial os automobilistas têm dificuldade em circular e a faixa de rodagem estreita-se perigosamente devido à quantidade de viaturas estacionadas.
Durante os meses de Verão a praia fluvial do Agroal, na fronteira entre os municípios de Tomar e Ourém, enche-se de turistas e emigrantes que optam por passar ali o dia em vez de irem para a confusão que reina nas praias portuguesas nesta altura do ano. No entanto, nos dias de maior calor, a afluência aumenta e os lugares de estacionamento são poucos para tanta gente, com a alternativa a ser estacionar as viaturas na berma da estrada. O problema é que no caminho em direcção a Tomar a estrada vai estreitando, e com os carros ali estacionados, de ambos os lados, a circulação fica muito complicada.
Um veraneante contou a O MIRANTE que, há cerca de três semanas, um idoso caiu na praia fluvial e a ambulância chamada para o socorrer teve muita dificuldade em passar devido aos carros mal estacionados. Um funcionário de um estabelecimento comercial da praia do Agroal confirma que as ambulâncias têm muita dificuldade em passar quando há muita gente na praia, apesar de ser uma situação esporádica. “Ao fim-de-semana é uma confusão, os carros mal conseguem passar por causa das viaturas estacionadas. As pessoas queixam-se mas também não há grandes alternativas a não ser estarem mal estacionados”, refere.
O MIRANTE esteve no local na tarde de sábado, 29 de Julho, e verificou a situação com os condutores a darem passagem uns aos outros de modo a conseguirem circular alternadamente, pois não se conseguiam cruzar dois carros devido ao mau estacionamento.
Joaquim Ferreira é presença assídua no Agroal todos os anos e confirma que sempre que há uma maior afluência de visitantes e turistas o trânsito complica-se. “Há aqui lugares de estacionamento mas são poucos para o número de pessoas que cá vêm no Verão, sobretudo no mês de Agosto. A única alternativa é ir estacionando mesmo havendo o perigo de caírem pedras para cima dos carros. É um risco que se corre. No lado que pertence a Ourém por vezes também há complicações mas há um bocadinho mais de espaço e circulando devagar os carros conseguem passar”, explica o veraneante.
Agroal continua a atrair turistas
Sentada numa cadeira que trouxe consigo, Adosinda Silva, 75 anos, conversa com as amigas que vieram consigo passar o dia. Pertencem ao Centro Social Bem-Estar Águas Belas, de Ferreira do Zêzere, e costumam vir todos os anos passar um dia à praia fluvial. Desta vez, veio um grupo de cerca de duas dezenas de utentes.
Adosinda conta que já vem para o Agroal há mais de 40 anos. “A água é muito boa, terapêutica e faz muito bem ao nosso corpo. Antigamente, isto não era nada assim, não havia tanta modernice mas sempre gostei muito de vir para aqui”, conta a O MIRANTE acrescentando que faz questão de ir sempre tomar banho e não considera a água fria.
Dentro de água, João e Francisco, ambos de 12 anos, jogam à bola e não escondem a alegria. Vieram de Abrantes com os avós passar o dia e visitam o Agroal com frequência. “Vivemos em Lisboa com os nossos pais mas nas férias vimos para casa dos nossos avós e eles trazem-nos ao Agroal. Gostamos de cá estar porque a água é limpa, não tem ondas e estamos mais à vontade do que na praia”, contam.
Os avós também preferem trazê-los para a praia fluvial porque, para além de ser mais perto de casa, é mais tranquilo e sossegado. “Estamos mais descansados porque aqui não há o perigo de perdê-los nem de se afogarem”, diz Amélia Costa.
A praia fluvial do Agroal também é muito procurada por estrangeiros que nesta altura do ano regressam a Portugal para passar férias. É o caso de Mário João que vive nos arredores de Paris há cerca de 20 anos. Com ele vem a esposa, Manuela Felizardo e os filhos, de 15 e 13 anos, que já nasceram em França. “Somos da zona de Leiria e gostamos de visitar o Agroal pelo menos uma vez por ano, porque é sossegado e as praias nesta altura estão uma confusão. Aqui há pouco barulho e a água é muito transparente e calma. Venho para cá desde miúdo e os meus filhos também gostam muito, por isso regressamos sempre que podemos”, confessa a O MIRANTE.