Feira dos Frutos Secos dinamiza economia local e promove produtos da região
A 32ª edição da Feira Nacional dos Frutos Secos de Torres Novas mostrou este ano mais bancas de frutos secos e menos produtos diversos, com o figo da Índia a surgir como uma novidade, que está a dar os primeiros passos entre as culturas da região.
Mário Faustino, de Moreiras Pequenas, no concelho de Torres Novas, é um dos mais antigos expositores da Feira Nacional dos Frutos Secos de Torres Novas. Há já 32 anos que marca presença com os figos pretos e pingo mel que produz. Além dos figos, que “não chegam para as encomendas”, também tem nozes, amêndoas, passas de uva e todos os outros frutos secos que compra para revender. O comerciante é um dos 56 expositores presentes e garante que vale a pena apostar nos figueirais, sobretudo de figo preto, único pelas características climatéricas da região. As vendas, sublinha, estão garantidas.
Rosa Pereira, produtora e comerciante de Casal da Pena, lidera o clã familiar, composto pelo filho David e pela filha Vânia que já aderiram ao negócio. Desde 1991 que está presente na Feira Nacional dos Frutos Secos. “Antes trazia também frutos frescos, mas agora a aposta é nos secos que rendem muito mais”, garante.
Tal como Rosa, também Ana Rita Paulino, de Casal da Pinheira, Torres Novas, produz todos os produtos que comercializa - os figos, as amêndoas, as nozes, as passas de uva. Com 41 anos e formação em engenharia alimentar, Ana Rita diz que a grande aposta é nos produtos biológicos e por isso procura produzir de acordo com as regras mais tradicionais da produção, sem recurso a produtos químicos.
O avô dizia-lhe que “a agricultura é a arte de empobrecer alegremente”, mas Rita sustenta que trabalhar no sector é muito saudável e rende o suficiente para viver dignamente. Os cerca de sessenta hectares de figueiral e olival que herdou e as culturas de produtos hortícolas ocupam os dias de Ana Rita, do marido, e dos dois filhos, que ajudam sempre que podem.
Ana Rita gostaria que houvesse em Torres Novas um espaço dedicado exclusivamente à comercialização de produtos da região, onde os produtores pudessem ter um espaço próprio para colocar os produtos regionais. Diz que seria uma mais valia para os produtores locais que vendem actualmente os produtos nas feiras anuais da região e nos mercados semanais, e pretende falar com o presidente da câmara, Pedro Ferreira, para lhe apresentar esta ideia e perceber se há possibilidade de avançar com a mesma.
O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, inaugurou no dia 4 de Outubro a 32ª edição da Feira Nacional dos Frutos Secos e reconheceu que o certame tem vindo a crescer e representa um “factor sócio-económico muito importante para a região”.
O autarca, acompanhado pela directora regional da Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, Elizete Jardim, sublinhou o seu empenho em conseguir a denominação de origem do figo preto, abrindo caminho às possibilidades do figo se constituir como fonte de empreendedorismo no concelho de Torres Novas e ser fonte de motivação para os jovens aderirem ao sector agrícola.