Misericórdias de Salvaterra e Chamusca geridas por comissões administrativas
No caso de Salvaterra a direcção foi forçada a sair perante queixas de mau funcionamento
As Misericórdias de Chamusca e Salvaterra de Magos passaram a ser geridas por comissões administrativas. No caso da Chamusca a situação deve-se à renúncia do cargo do provedor mas no caso de Salvaterra de Magos tratou-se de uma posição de força da Segurança Social, Diocese de Santarém e União de Misericórdias, perante queixas de mau funcionamento da instituição. As três entidades pressionaram a saída da actual direcção e cada uma nomeou um representante para a gestão transitória. As comissões têm um prazo máximo de funcionamento de seis meses e têm como principal objectivo preparar as eleições.
Em Salvaterra de Magos, a situação precipitou-se há cerca de um ano com a saída do então provedor, Francisco Viegas, que foi substituído pelo seu vice-provedor, Arlindo Cunha. No entanto, as queixas continuaram apesar da mudança. Quem vai fazer parte desta comissão administrativa é João Oliveira e Sousa, que será o presidente, e os vogais vão ser Emílio Coelho, José Silva Carreira, Natércia Constantino Teles, Paula Duque Morais, Rui Magalhães e o vigário geral da diocese, Aníbal Vieira.
O MIRANTE sabe que esta comissão foi imposta para tentar por ordem na casa. “É uma solução temporária, uma comissão de gestão por seis meses, para depois se avançar com novas eleições. A Segurança Social, a União de Misericórdias e a Diocese de Santarém querem tomar conta da instituição para aquilo não descambar mais”, referiu fonte próxima deste processo. Segundo O MIRANTE teve conhecimento, perante denúncias de que os utentes não são bem tratados, técnicos da área da saúde pública estão a acompanhar a Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos há já algum tempo.
Na Santa Casa da Misericórdia da Chamusca a comissão foi constituída no dia 4, depois de o provedor, que estava em funções há 26 anos, ter renunciado ao cargo. O ex-provedor, Fernando Barreto, com 85 anos, já tinha manifestado a intenção de sair há algum tempo, tendo agora concretizado a situação.
A opção de instituir uma comissão administrativa, por um período máximo de seis meses, foi decidida em consonância com a Segurança Social, Diocese de Santarém e União das Misericórdias. Após uma reunião com o bispo de Santarém, Dom Manuel Pelino, foi empossado como responsável da comissão João Amaral Netto, que já era presidente da mesa (assembleia geral) da Misericórdia. Segundo Amaral Netto, em declarações a O MIRANTE, esta solução é a melhor para evitar transtornos de funcionamento na instituição. A comissão administrativa tem como um dos objectivos principais, além da gestão, a preparação das eleições.