Aproximar a política dos cidadãos e fomentar a participação cívica devem ser prioridades
Eleitos municipais de Vila Franca de Xira tomaram posse e mandaram recados à nova gestão de Alberto Mesquita. Novo presidente da assembleia municipal, Fernando Paulo Ferreira, assumiu o compromisso de criar neste mandato a figura do provedor do munícipe.
Aproximar a política dos cidadãos de modo a fomentar uma maior participação cívica, não descurar uma gestão rigorosa e apostar na melhoria da qualidade de vida foram alguns dos recados que os eleitos municipais deixaram na tomada de posse dos novos órgãos municipais de Vila Franca de Xira.
A cerimónia de instalação dos novos órgãos municipais de Vila Franca de Xira teve lugar na noite de terça-feira, 17 de Outubro, no Ateneu Artístico Vilafranquense. Fernando Paulo Ferreira (PS), o novo presidente da assembleia municipal, assumiu o compromisso de, neste mandato, criar um provedor do munícipe, “para o qual começaremos a trabalhar muito brevemente”. O autarca quer aumentar o conhecimento público das assembleias com a transmissão em directo, na internet, das sessões, juntamente com a promoção de debates e encontros com figuras activas da comunidade. O reforço da visita a instituições e empresas do concelho está também nos planos.
PAN estreia-se na assembleia municipal
Adélia Gominho, do Partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN), salientou o facto do partido ter, pela primeira vez, uma voz na assembleia municipal e por isso pediu que, “independentemente da sua proveniência”, as propostas do PAN possam ser “analisadas e discutidas” sem receios. “Não se pode esperar fazer o mesmo e ter resultados diferentes”, notou a eleita que quer um concelho “de oportunidades” e de bem-estar, incluindo animal.
Do lado do CDS (integrado na Coligação Mais), António Martins alertou para o facto de ainda existirem grandes desigualdades sociais no concelho. “Isso não pode continuar a acontecer, por isso temos de aproveitar todas as oportunidades”, disse, avisando logo de seguida que é preciso uma “boa gestão do dinheiro público”.
Do lado do Bloco de Esquerda, Maria José Godinho avisou que é preciso um “concelho de oportunidades para todos”, com igualdade, justiça social e qualidade de vida. Do lado do PSD (Coligação Mais), Rui Rei avisou que deve ser uma prioridade “devolver a política aos cidadãos” e exaltou o facto dos socialistas não terem conseguido obter uma maioria absoluta. “Seremos uma oposição responsável mas não subserviente. Vamos aproveitar para trabalhar e contribuir activamente para a melhoria do nosso concelho”, disse.
CDU queria ter pelouros mas PS não lhos deu
Para assegurar a governabilidade na gestão municipal, a liderança de Alberto Mesquita voltou a precisar de obter um entendimento com a Coligação Mais, liderada pelo PSD, dando pelouros na câmara a Helena Jesus. A segunda força política mais votada no concelho, a CDU, não gostou. Carlos Braga, da bancada da CDU, lembrou que no tempo em que esta liderava o concelho “deu pelouros a Alberto Mesquita” e criticou que este não retribua a generosidade. “O PS optou por não considerar a nossa proposta e propôs que na mesa da assembleia apenas tivéssemos o segundo secretário. Isso é inaceitável. O PS menosprezou o contributo que a CDU poderia dar e a população é que ficará a perder”, criticou.
Carlos Braga admitiu “não entender estas opções” dos socialistas e até ironizou dizendo que provavelmente estes “se sintam ameaçados” pelo bom trabalho que a CDU poderia realizar. E voltou a criticar a compra das antigas Escolas da Armada, chamando-a de “má opção” que só contribuirá para “desertificar” o centro da cidade.
Na intervenção seguinte Paulo Afonso, da bancada do PS, só prometeu trabalho: “Fizemos uma campanha sem truques e o melhor de nós ainda está para vir. Vamos dar continuidade à inovação e evolução que tem havido no concelho. Fomos sempre ao encontro das expectativas dos munícipes. Os tempos que se avizinham vão exigir responsabilidade e por isso estamos certos que o Alberto Mesquita dará o seu melhor”, concluiu.