Santana Lopes reúne mil apoiantes em Santarém na corrida para unir o PSD
Candidato à liderança do partido tem como mandatária distrital Isaura Morais
Pedro Santana Lopes encheu os claustros do Centro Nacional de Exposições em Santarém na apresentação da sua candidatura à liderança do PSD, com cerca de mil militantes a ouvirem um discurso emocionado, no qual disse estar na corrida para clarificar e unir o partido. Na plateia, nas primeiras filas, estavam os presidentes das câmaras de Santarém, Ricardo Gonçalves, e Rio Maior, Isaura Morais, que é também a mandatária distrital da candidatura. Marcaram ainda presença o deputado e presidente da distrital do PSD, Nuno Serra, e o deputado eleito pelo distrito, Duarte Marques.
O candidato lançou o desafio às distritais do partido para que organizem debates mas Rui Rio, adversário do até há pouco tempo provedor da Misericórdia de Lisboa, já veio recusar participar nos debates. Aplaudido várias vezes, Santana elogiou o que considerou o trabalho de “salvação nacional” feito pelo anterior primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, salientando que aposta num modelo de criação de riqueza para o país. Considerando que é necessário consolidar as contas, o candidato apontou para a importância de haver uma política fiscal atractiva para promover a economia, destacando também a coesão territorial.
Santana, sublinhando que o PSD nasceu para ser um partido vencedor, afirmou que tem como objectivo ser uma alternativa ao PS, apontando por várias vezes o dedo ao seu adversário Rui Rio. “Eu nunca fui para a Associação 25 de Abril ouvir elogios de Vasco Lourenço na altura que o partido salvava Portugal da bancarrota”, disse, arrancando um grande aplauso. Repetindo várias vezes o seu nome, como que uma marca do próprio PSD e da política, o candidato disse que “a vida é feita de vitórias, de derrotas e de vitórias outra vez”, lembrando o seu percurso político e destacando que foi o governante que mais tempo esteve no Ministério da Cultura. “Assumo tudo o que fiz até hoje”, salientou.
Sobre as listas do partido nas legislativas, Pedro Santana Lopes disse que não iria aceitar “paraquedistas”, ou seja notáveis que são candidatos por círculos eleitorais aos quais não têm ligação. Recorde-se que nas últimas legislativas o partido escolheu para cabeça-de-lista pelo círculo de Santarém a jurista Teresa Leal Coelho, que tem feito vida em Lisboa, e que antes tinha sido eleita deputada pelo Porto. “Não pode haver, em cada círculo eleitoral, deputados de fora dos círculos eleitorais, têm de ser de cada círculo”, sublinhou. Apesar de ser uma posição contra-corrente, Santana foi muito aplaudido.
A estratégia do ex-provedor da Misericórdia de Lisboa passa por defender uma alternativa “sólida, reformista, inovadora” para o país. E quanto ao partido sublinhou que é pai de cinco filhos, avô de quatro netos e com 61 anos quer trazer as camadas mais jovens para o partido e para o país, sublinhando a prioridade que deve ser dada à investigação científica nas universidades, nas empresas e nas instituições de solidariedade social. “Quero um partido adequado aos tempos que vivemos. Quero ser o porta-voz das novas gerações”.
Lembrando a descentralização que fez ao nível das secretarias de Estado, em 2005, quando a Secretaria de Estado da Agricultura foi instalada na Golegã, o candidato a líder do PSD sublinhou que não deve estar tudo nos grandes centros, realçando que o que fez com as secretarias de Estado foi “dar sinais do caminho moderno”. E terminou dizendo que se orgulha do que fez e não fez, e que há ideias que tem há muitos anos, que aprendeu há muitos anos, que aprendeu agora e que quer por em prática.