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Causticante Serafim das Neves

Estou muito contente com o trabalho dos novos autarcas aqui da região. Toda esta ebulição mexe comigo e o constante anúncio de políticas inovadoras e criativas justificam plenamente a trabalheira que tivemos em ir votar a 1 de Outubro.
Dir-me-ás que, com excepção de Constância, Ourém e Golegã, os presidentes de câmara dos concelhos do distrito de Santarém e arredores, são os mesmos mas aí é que tu te enganas. Se as nossas células estão constantemente a ser renovadas, isso significa que a presidente da Câmara de Abrantes, por exemplo, ou o presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, já não são a Maria do Céu Albuquerque e o Hélder Esménio que conhecíamos antes das eleições. São pessoas diferentes, completamente diferentes, assim como são diferentes todas as outras que presidiam às restantes câmaras municipais.
Amigo Serafim. Ouve bem o que os autarcas agora eleitos defendem e diz-me lá se houve mudanças ou não. Os discursos estão mais frescos. Mais inovadores. Mais mobilizadores. Mais pujantes e verdejantes. Nota-se uma vontade de arejar as ideias dos anteriores autarcas que, sendo fisicamente parecidos com os actuais, já desapareceram no processo constante de renovação celular.
Eu considero que a lei de limitação de mandatos é uma anedota. Quem foram os inteligentes que decidiram proibir a candidatura de presidentes de câmara ao fim de uma dúzia de anos no cargo? Razão tinham os que esbracejaram contra tal aberração. Com as células a renovarem-se continuamente eles tinham toda a razão. Em abono da verdade eles já não eram os mesmos presidentes que tinham existido semanas, meses ou anos atrás.
Esta constante renovação celular é bem conhecida pelos dirigentes dos partidos políticos. Quando eles falam em renovação, sabem bem do que estão a falar. Olha o caso do candidato do PS em Santarém, o tal Rui Barreiro. É verdade que tinha havido um tal Rui Barreiro que tinha perdido o cargo de presidente da câmara numas eleições mas o Rui Barreiro que este ano se candidatou pelo PS e levou uma trepa do Ricardo Gonçalves do PSD, não é o mesmo dessa altura. É uma coisa, digamos assim para respeitar o género humano, totalmente diferente.
Nos últimos dias, por causa da independência intermitente da Catalunha, tenho-me lembrado dos antigos presidentes de junta de freguesia, que foram contra a união de freguesias feita no tempo do pérfido Relvas e que não desistem de voltar a ter os seus quintalinhos de volta. Eles, os catalães e os tipos do tal Estado Islâmico querem voltar ao passado.
Eu concordo com essa maltosa mas acho-a pouco ambiciosa. Recuar duzentos, trezentos ou oitocentos anos não é nada. Eu por mim sou verdadeiramente radical. Ou regressamos ao tempo em que a Terra não tinha fronteiras, nem vedações; nem muros; nem muretes, nem bandeirinhas, nem sequer cargos políticos ou então é melhor ficar tudo como está. Cambada de cérebros de mosquito!!!
Ouvi muitas críticas aos professores de Vila Franca de Xira, nomeadamente os de Inglês e de Matemática, que meteram baixa para não terem que ir dar aulas. Para além de uma injustiça é uma precipitação. Os pais e encarregados de educação que protestaram deviam repensar as suas prioridades. Eles querem professores estafados de todo nas salas de aula, ou querem professores que, metendo baixa, conseguem recuperar por completo da canseira de quase três meses de férias de Verão?
Falar de professores e não falar do grande tomarense e arguto sindicalista, Mário Nogueira é como ir a Roma e não ver o Papa. Ainda por cima o homem fez um “upgrade” e juntou ao famoso bigode uma barba, talvez para ficar mais parecido com os grandes revolucionários de outras eras como Che Guevara ou Fidel de Castro, o que quer dizer que se aproxima borrasca da grande para os lados das escolas. Embora o Instituto do Mar e da Atmosfera não dê chuva até ao final do ano vou passar a sair à rua com galochas, gabardine e chapéu-de-chuva não vá o diabo tecê-las.
Saudações meteorológicas
Manuel Serra d’Aire

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