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Espirituoso Manuel Serra d’Aire

O estado de graça da geringonça governativa parece ter chegado ao fim, após tantas trapalhadas e dramas com fogos, legionellas, corpos levados de velórios para autópsia, jantares no Panteão Nacional e, agora, greves e protestos sucessivos na função pública que demonstram que o PCP afinal não amansou e está já a afinar os instrumentos a pensar nas eleições legislativas. Enfim, nada de novo a sudoeste de Moscovo, a não ser, como tu bem referes, o facto de a GNR já não ter que ir montar guarda diária à casa do ministro Eduardo Cabrita, no concelho de Santarém.
Os guardas foram dispensados dessa nobre missão e, na minha perspectiva, muito bem pois fazem falta noutros lados. Além disso, quem tem um cão que se desunha quando pressente algum movimento ou presença de estranhos, como parece que tem o ministro, não precisa de protecção adicional. Não sei se houve mãozinha do PAN nesse processo, mas fiquei satisfeito por ser dado o devido valor ao animal, que já devia estar farto da concorrência da GNR. Cão de guarda que se preze dá conta do recado sozinho. E, neste capítulo, espero que o zeloso animal nada tenha a ver com o desaparecimento do outro canídeo ministerial, que anda em parte incerta há algum tempo. Não estou a querer insinuar nada, mas toda a gente sabe que a inveja e os ciúmes são tramados e quando há ração e mimos para disputar tudo pode acontecer...
Ainda no campo da fauna, a realização de uma festa trance no Paúl da Goucha, em Alpiarça, uma zona ambientalmente sensível segundo alguns especialistas, deu brado por aquelas bandas (e também nas inevitáveis redes sociais) ao ponto de eu ter chegado a pensar que o arraial tinha sido uma organização do município comunista para celebrar os 100 anos da revolução russa e a chegada dos bolcheviques ao poder. É que o ritmo repetitivo daquele tipo de música casa na perfeição com a cassete do discurso comunista... Já quanto à passarada que por ali habita, após um fim-de-semana com aquele matraquear sonoro em altos berros provavelmente ficou depenada e perdeu o pio. É mais ou menos como eu ficava quando frequentava a Festa do Avante, depois de um fim-de-semana de forrobodó.
Por falar em cassetes, é curioso constatar como os partidos e os seus protagonistas vão mudando de discurso e de atitude consoante a cor de quem está no Governo. Quando chega a altura de discussão do Orçamento de Estado, a oposição (seja ela qual for) afadiga-se em apresentar propostas, que geralmente representam mais despesa pública. E, nesse campo, o jovem deputado do PSD Duarte Marques, natural de Mação, tem estado particularmente activo. As propostas e reivindicações têm sido tantas que, de repente, lembrei-me da antiga deputada comunista Luísa Mesquita que nesta altura do ano apresentava sempre um vasto rol de obras para incluir no Orçamento de Estado, como se não houvesse amanhã e como se o país tivesse acabado de ganhar o jackpot do Euromilhões. Pressinto que as propostas de Duarte Marques vão ter a mesma sorte que tinham as da comunista Luísa Mesquita, mas espero que o jovem não perca a memória nem o seu espírito reivindicativo quando o seu partido regressar ao Governo.
Saudações ecológicas do
Serafim das Neves

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