Trabalhadores de supermercado em Alverca proibidos de se sentarem
Sindicato promoveu uma chamada de atenção pública no local. Trabalhadores no anonimato falam de “clima de pressão” no emprego e apelam a melhorias.
Os trabalhadores que estão nas caixas do supermercado Continente Bom Dia em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, estão a ser alegadamente proibidos pela chefia de se sentarem durante as horas de trabalho. A denúncia pública foi feita na última semana pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), que também promoveu um pequeno protesto em frente àquele estabelecimento comercial, defendendo melhorias na relação entre a entidade patronal e os trabalhadores.
Em vários folhetos distribuídos aos clientes que entravam na loja, o CESP denuncia que “os trabalhadores que todos os dias registam as suas compras” estão “proibidos pela chefia de se sentarem” e que isso é uma “inaceitável imposição da empresa”, de “total desrespeito pelos trabalhadores” que, diariamente, asseguram o funcionamento da loja. Diz o CESP que a medida “tem como consequência” um “enorme desgaste físico” para os trabalhadores, com consequências para a sua saúde.
“Nos postos de trabalho fixos devem ser postos à disposição e utilização dos trabalhadores assentos confortáveis, funcionais, anatomicamente adaptados aos requisitos do posto de trabalho e à duração do mesmo”, exige a estrutura sindical. O MIRANTE esteve no estabelecimento e, pelo menos durante a nossa visita, os funcionários das caixas estavam a trabalhar de pé.
Apesar das várias tentativas de contacto directo com a administração da loja e com a empresa que realiza a comunicação da cadeia de supermercados Continente Bom Dia, nenhuma resposta a este assunto nos foi enviada até à data de fecho desta edição.
“Esta empresa paga salários baixíssimos, obriga os trabalhadores a trabalhar com brutais ritmos de trabalho e quer impor a desregulação dos horários”, acrescenta o sindicato. Entre vários trabalhadores, escutados em anonimato, as opiniões dividem-se e há quem desvalorize a situação. Assim como alguns trabalhadores falam num “clima de pressão” no emprego.