Bombeiros de Samora Correia ensinam a salvar crianças
Formação em suporte básico de vida na infância decorreu no quartel para cerca de cem participantes que se mostraram curiosos quanto à forma correcta de prestar socorro em momentos de aflição.
“É por ele que vimos hoje. Ainda não está cá fora, mas já nos preocupamos que um dia possa precisar da nossa ajuda e queremos aprender o que devemos fazer”, explica Hugo Guilherme, 37 anos, enquanto pousa carinhosamente a mão sobre a barriga da esposa, Maria Fonseca, 31 anos, que está grávida de oito meses. Hugo tem família em Samora Correia, mas ele e Maria vivem actualmente em Lisboa, o que não os impediu de comparecerem na formação em suporte básico de vida na infância no sábado, 25 de Novembro, no quartel dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia.
Os futuros pais fizeram questão de acordar bem cedo e ir à formação e não estiveram sozinhos: entre casais e pessoas que foram sozinhas, com filhos, à espera deles ou ainda sem planos para os terem, foram cem os participantes. “Este workshop vem completar o que demos no ano anterior, que era de suporte básico de vida no geral, tanto para adultos como para crianças, mas percebemos que na pediatria é onde há uma grande falta de formação e uma maior necessidade e interesse da parte da população”, explica Nuno Sousa, um dos vários bombeiros que se ofereceu para dar o curso no sábado.
Aprender a dar as informações certas ao 112
Uma das prioridades da iniciativa foi ensinar os participantes a lidar com as chamadas para o 112 e as informações que têm de ser dadas para pedir auxílio. “É muito difícil gerir as emoções quando é a nossa família que está em risco, por isso nós esforçamo-nos sempre por diminuir o tempo de resposta e prestar auxílio o mais depressa possível”, diz Nuno Sousa.
Também a diferença nas técnicas de respiração boca-a-boca para adultos e idosos e para crianças foi um dos aspectos que mais surpreendeu alguns participantes: “Não fazia ideia de que são cinco respirações que se fazem e que depois são 30 compressões no peito que têm de se contar e isso é importante, como também é o ter atenção à imobilização da cabeça da pessoa e à língua, que se pode enrolar”, afirma Isabel Soares, 34 anos, de Foros de Almada, que sendo mãe de uma menina de um ano, não podia faltar.
Outra das técnicas que aprendeu foi que mesmo depois da chamada para o 112 é aconselhável continuar o protocolo de suporte de vida se a pessoa continuar sem respirar, parando apenas quando a ajuda chegar.
Hugo e Maria gostavam de ver a formação ser dada não só a adultos como a jovens e até crianças. “Se começassem a ser ensinadas técnicas destas na escola, adaptadas à idade e à capacidade de compreensão das crianças, cada vez mais ia ser natural às pessoas saberem o que fazer e como agir em situações em que os outros precisem de ajuda”, defende Maria.