Oposição força Governo a destinar dinheiro para a residência de estudantes em Rio Maior
Alteração ao Orçamento de Estado, aprovada na Assembleia da República, prevê a inclusão de 800 mil euros para avançar com o processo de construção dessa infraestrutura, reclamada há muito tempo.
Os deputados do PSD, CDS, PCP, PEV, BE e PAN aprovaram uma alteração ao Orçamento de Estado, proposta pelo PCP, que permite cabimentar 800 mil euros para dar início ao processo de construção da Residência de Estudantes da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, que integra o Instituto Politécnico de Santarém e tem quase mil alunos. Os deputados do PS votaram contra, posição considerada estranha e que mereceu críticas tendo em conta que o grupo parlamentar do PS, em Fevereiro último, tinha votado a favor de um projecto de resolução, aprovado por unanimidade na Assembleia da República, que considerava prioritária essa obra.
O PCP refere na proposta agora aprovada que devido às dificuldades das famílias dos estudantes em suportar os encargos financeiros de alojamento, por não haver uma residência para estudantes, verifica-se uma taxa de abandono escolar da ordem os 15 por cento.
A construção da residência permite viabilizar a frequência da escola por parte de muitos estudantes que presentemente não têm condições para o fazer. Para além disso, existe um forte empenhamento dos órgãos da escola e do conjunto da população escolar na concretização deste objectivo, comprovado pelo abaixo-assinado de 1389 assinaturas pedindo o cumprimento da Resolução da Assembleia da República aprovada em 2017.
Perante um valor global da obra estimado em 2,650 milhões de euros, o PCP propôs a inclusão no Orçamento de Estado para 2018 de uma verba de 800 mil euros que permitirá proceder à actualização do projecto e ao lançamento da obra cuja realização se concluiria em anos subsequentes.
Críticas ao PS em Rio Maior
A aprovação dessa alteração orçamental foi saudada na última reunião de câmara de Rio Maior, onde também se ouviram críticas à posição tomada pela bancada parlamentar do PS e, em particular, aos deputados socialistas eleitos pelo círculo de Santarém. O vereador João Lopes Candoso (PSD-CDS) aludiu à contradição de posições dos socialistas em apenas nove meses e considerou que o PS devia clarificar a sua posição: “Se calhar votaram a favor do projecto de resolução porque pensavam que não era a sério; agora, quando foi a sério, votaram contra”.
O vereador socialista Daniel Pinto sublinhou que a posição dos vereadores eleitos pelo PS “é de total concordância” com a posição agora tomada pela Assembleia da República e disse que a responsabilidade pelas decisões cabe a quem as toma.
Também o vice-presidente da autarquia, Filipe Santana Dias (PS), referiu que os riomaiorenses vão ter dificuldade em compreender a postura do PS neste processo e considerou que seria importante que pelo menos os deputados do PS eleitos por Santarém esclarecessem a sua posição.