Vila Franca de Xira em risco de ficar sem marina por falta de pagamento
Em causa está um pagamento a rondar os 287 mil euros, resultante da construção daquele equipamento, gerido pelo Vilafranquense, que ainda não terá sido feito. Construtor está há década e meia à espera de receber o dinheiro. Município garante que deu a sua parte ao clube.
A cidade de Vila Franca de Xira corre o risco de ficar, num futuro próximo, sem a marina gerida pela União Desportiva Vilafranquense (UDV) no Jardim Constantino Palha, que tem capacidade para 84 embarcações. Isto porque o construtor daquele equipamento está há década e meia à espera de receber quase 287 mil euros da obra e este mês escreveu uma carta ao clube fazendo notar que, se o pagamento não se concretizar em breve, irá levantar os pontões da estrutura, o que impossibilitará os barcos de atracarem.
É uma medida extrema de quem está há décadas à espera do dinheiro. A obra, recorde-se, era para ser paga pelo clube e pela câmara municipal. Fonte ligada ao processo conta a O MIRANTE que, aquando da conclusão da obra, em 2003, o município terá entregue ao então presidente do clube – falecido este ano - um cheque com a comparticipação financeira da câmara para que o pagamento ao construtor fosse realizado. Mas tal nunca terá acontecido.
A actual comissão administrativa que gere a UDV acabou por ser confrontada com mais este problema do passado para resolver. Está preocupada com o problema e já pediu uma reunião com carácter de urgência ao presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), para falar do assunto.
O autarca garante que a parte financeira da câmara para a obra da marina “já foi paga” e descarta responsabilidades. “O que aconteceu a seguir não sei. Mas que pagámos, pagámos, é só ver os nossos documentos. Estamos [com a marina] numa situação complicadíssima, vou marcar reunião com a comissão administrativa com carácter de urgência. Mas não me posso comprometer com nada. O UDV comprometeu-se com a empresa que construiu a marina que iria pagar, houve uma parte que a câmara pagou e a outra parte foi o UDV que ficou de pagar. Foi feito um plano de pagamentos que não tem sido honrado. Agora temos que analisar e ver de que modo podemos apoiar”, explicou o autarca, durante a última reunião pública de câmara.
Alberto Mesquita confessa que o processo “poderia ter sido seguido de outra forma” mas ressalvou que o compromisso feito com o UDV, por parte da câmara, “foi honrado”.
O tema foi trazido à reunião pela vereadora Cláudia Martins (CDU), que lamentou as “grandes dificuldades” financeiras que o UDV está a passar actualmente e que, disse, “se estão a agravar” por causa das questões da marina. “Queremos saber que apoio pensam dar ao UDV para ultrapassar esta situação”, frisou.