Família de Santiago continua a acreditar no milagre da recuperação e precisa de ajuda
Foi em Maio de 2012 que uma criança de Tomar caiu numa fossa séptica de onde foi retirada às portas da morte. O acidente causou-lhe fortes lesões cerebrais que o atiraram para uma cama. Desde aí, são mais de cinco anos a lutar pela sua reabilitação.
“A minha maior felicidade era ver o meu Santiago recuperado. Daria a minha vida pela sua felicidade”. O desabafo emocionado é de Teresa Rodrigues, avó paterna de Santiago e cuidadora a tempo inteiro do neto, quase a completar 10 anos, que em Maio de 2012 caiu numa fossa séptica, de onde foi resgatado já inanimado. O acidente provocou-lhe paralisia cerebral e a família não desiste de lutar pela sua recuperação.
A criança está a recuperar graças aos tratamentos, primeiro numa clínica de Espinho, e agora numa clínica da Maia, com técnicos cubanos. Tudo possível graças à onda de solidariedade que se gerou depois do acidente e que tem permitido pagar os tratamentos, conta Teresa Rodrigues.
Santiago Rodrigues tinha cinco anos quando caiu numa fossa séptica junto à casa da avó, em Vale Carneiro, concelho de Tomar, quando brincava com um gato, no final da tarde de 14 de Maio de 2012, depois de mais um dia normal na pré-escola. O acidente provocou-lhe paralisia cerebral, levando a família a iniciar uma cruzada pela sua recuperação.
Teresa Rodrigues contou a O MIRANTE
que o dia do acidente foi o pior da sua vida. Santiago era, então, o primeiro e único neto de Teresa. O filho de Teresa, Fábio Rodrigues, foi pai com apenas vinte anos, e Liliana Manso, a mãe de Santiago tinha apenas dezasseis anos quando o menino nasceu. “Eram tão jovens”, diz Teresa, “por isso decidi ajudá-los a criar o Santiago”.
“Eu e a minha filha Filipa, madrinha de Santiago, fizemos sempre tudo para ele fosse um menino feliz e com as melhores condições de vida que a família podia dar”, conta a avó. Tudo correu bem, até que a tragédia lhes bateu à porta naquele final de tarde inesquecível pelas piores razões.
Santiago Rodrigues esteve dentro da fossa o tempo suficiente para lhe provocar uma paragem cardiorrespiratória, que o privou de oxigénio cerca de uma hora, provocando-lhe uma paralisia cerebral quase impossível de reverter, segundo os médicos do Hospital de Santa Maria, onde esteve internado nos cuidados intensivos mais de um mês.
Fábio Rodrigues, pai de Santiago, lembra o momento em que tirou o filho de dentro da fossa. “Pensei que estava morto! Mas o coração falou mais alto e comecei a tentar reanimá-lo até os bombeiros e o INEM chegarem”, conta. “A minha vida passou-me toda pelo pensamento e nada era mais importante do que salvar o meu Santiago”, lembra Fábio a olhar para o filho.
Santiago ainda não anda, não fala, mas já consegue ser alimentado pela boca algumas vezes e reage aos estímulos com sorrisos e um olhar que revela a força de querer viver. Está dependente da ajuda permanente da avó Teresa, que, aos 53 anos, mantém firme a convicção de que o neto vai recuperar e ser feliz. Depois do acidente, Teresa decidiu deixar a sua actividade de empregada doméstica, para se dedicar a ajudar o neto, permitindo que a mãe e o pai do menino continuassem a trabalhar. Liliana Manso trabalha numa pastelaria e Fábio Rodrigues é lenhador.
Depois da tragédia, os pais de Santiago decidiram voltar a ser pais e há quatro anos nasceu Salvador. Um raio de esperança para tornar a vida de Santiago mais colorida, já que o irmão o “adora”, como pudemos ver, e com as suas brincadeiras anima um pouco os dias de Santiago limitado à cama ou à cadeira oferecida por uma associação luxemburguesa. As condições na casa dos avós paternos são adequadas às necessidades de Santiago. Teresa disse a O MIRANTE que a casa foi toda adaptada depois do acidente, com a ajuda de voluntários e permite prestar os melhores cuidados à criança quando está em casa.
Família precisa de ajuda para pagar tratamentos
Santiago Rodrigues está agora a frequentar uma clínica na Maia onde, graças aos donativos de algumas associações e particulares, a família tem conseguido pagar os tratamentos que custam cerca de 1600 euros por mês, mais a estadia numa casa para a avó e neto, visto que a clínica não tem internamento. O maior receio de Teresa “é não conseguir ter dinheiro para continuar a pagar os tratamentos do meu menino”, diz emocionada.
São muitas as campanhas de solidariedade que vão decorrendo para ajudar o Santiago. “Agora temos um semi-reboque de tampinhas, recolhidas pelos meninos das escolas e por tantas pessoas boas, que o sr. Diamantino Coelho, das rações DIACO, de Tomar, se ofereceu para levar para o Alentejo”, e cujo produto da venda reverte para a conta de Santiago, para pagar mais uma ronda de tratamentos na clínica da Maia. Os técnicos cubanos têm feito um trabalho de recuperação motora de Santiago que já se pode comprovar.
No próximo mês de Janeiro, Santiago vai fazer uma pequena cirurgia aos pés, cujos músculos atrofiaram depois do acidente, para poder iniciar exercícios de recuperação já de pé. O menino continua a ser seguido de seis em seis meses nas consultas de rotina de Neurologia e Pneumologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
A avó Teresa diz que todos aqueles que quiserem contribuir para ajudar a pagar os tratamentos de Santiago poderão fazê-lo directamente à clínica. “Já me chamaram avó coragem e o que eu sinto é um amor imenso, capaz de mover montanhas pela saúde do meu neto”, diz com a convicção de que a solidariedade das pessoas vai continuar a fazer a diferença na ajuda para que o Santiago recupere.
Santiago precisa também de uma cadeira para o carro adaptada à sua idade que custará entre 2.000 e 3.700 euros. Quando viaja para Lisboa ou para a Maia vai ao colo da avó. Precisa também de um elevador que o permita transportar da cama para a cadeira e para a banheira, que custa cerca de mil euros. Quem quiser ajudar com donativos pode fazê-lo através da conta de Santiago Rodrigues, com o NIB 0033 0000 4542 3191 0410 5.