João Fernando Mexia Machado
Militar reformado, 56 anos, Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova da Barquinha
Sabe cozinhar?
Sei cozinhar e o que mais gosto de fazer é um prato simples. Um arroz de peixe com camarão e delícias do mar. Mas como tenho uma panela de barro marroquina chamada tagine e um fogareiro a carvão, também cozinho coelho, frango do campo e entrecosto. A comida coze lentamente durante duas horas e no final fica uma delícia.
Que meio de transporte prefere?
Se vou de férias para fora normalmente uso o avião. Se viajo internamente vou de comboio sempre que posso. Também uso o carro e a partir da Primavera, no meu dia a dia, utilizo a bicicleta.
Vale a pena votar?
Vale sempre a pena votar. É um direito e um dever de cada cidadão. Em consciência, votando, ganhamos o direito a reclamar. Como sabemos, há promessas que só são feitas para ganhar votos e não nos podemos deixar enganar e deixar ir na conversa de gente que apenas quer o poder.
O que punha a funcionar na sua terra que não existe?
É necessário um maior envolvimento dos jovens no desenvolvimento da nossa freguesia. Precisamos de novas ideias e de projectos inovadores. É algo que estamos a tentar fazer.
Conseguia viver sem telemóvel?
Penso que actualmente já não. É uma ferramenta indispensável no dia a dia.
Do que é que sente mais saudades?
Em determinados momentos tenho saudades das brincadeiras da minha infância; dos jogos de futebol que fazíamos quase o dia todo, por exemplo. Muitas vezes chegava a casa e levava uma sova mas tinha-me divertido. No Inverno havia as corridas de barcos feitos de cortiça e casca de pinheiro, nos ribeiros que corriam cheios de água (coisa rara hoje). E jogávamos ao pião, ao berlinde, etc...tenho também saudades de estar com os meus avós maternos e com a minha mãe. Eram tempos em que se dava mais valor às coisas.
Gosta mais de liderar ou ser liderado?
Gosto mais de liderar e acho que tenho perfil para líder. Embora seja muito exigente, sei colocar-me no lugar das outras pessoas.
A beleza é fundamental?
Sim, claro, mas a beleza interior também é fundamental. Quem vê caras não vê corações.
Há alguma coisa pela qual ainda valha a pena lutar até à morte se necessário for?
Vale a pena lutar por uma maior solidariedade entre as pessoas. Vale a pena apoiar os mais necessitados, combater as desigualdades. Há tanta gente a passar mal neste mundo.
Se vir alguém deitar lixo para o chão diz-lhe alguma coisa?
Naturalmente que chamo a atenção a essa pessoa. Já o fiz várias vezes e é o que farei sempre que necessário. A limpeza da via pública, dos jardins, arruamentos, entre outros, é um dever de todos os cidadãos. O lixo não cai no chão por acaso.
Fecha a água enquanto escova os dentes ou quando se ensaboa no banho?
Sempre. A falta de água vai ser um flagelo nas próximas décadas. Há que sensibilizar as pessoas para poupar água e, se possível, criar condições para o seu armazenamento, entre outras medidas a ser implementadas.
Gosta de uma boa discussão?
Sim, desde que o tema seja saudável e interessante.
O que tem que fazer um homem para ser um verdadeiro homem?
Fazer-se respeitar, respeitar os outros e ajudar o próximo.
Sente-se livre?
Sim mas com responsabilidades.
Qual a sua actividade preferida?
No âmbito desportivo gosto muito de fazer umas corridas, já que fui praticante de atletismo durante décadas.
Já se sente à vontade a escrever com o novo Acordo Ortográfico?
Não, não foi assim que aprendi.
Tem a profissão que gostaria de ter?
Claro que sim. Ser militar é algo que me enche de orgulho e paixão. Actualmente, como autarca, é um privilégio estar perto das pessoas, ouvi-las, tentar resolver os seus problemas e ir ao encontro das necessidades de cada um dos fregueses. Primeiro as pessoas.
Sabe o que anda a fazer neste mundo?
Algo para termos um mundo melhor, combatendo as injustiças sociais e tentar minimizar a poluição, que é imensa e está destruir o nosso planeta.
Subscrevia uma proposta para termos outro hino nacional?
Não. O nosso hino é lindíssimo. Nada de invenções.