Se a Câmara de Constância contratar médicos à tarefa para Montalvo é um erro
Percebo esta situação mas sou totalmente contra. A pouco e pouco e desta forma, vai-se desmantelando o Serviço Nacional de Saúde. Uma coisa é ter um médico de família no centro de saúde ou extensão de saúde ou Unidade de Saúde Familiar ou outra coisa qualquer, com enfermeiro, sala de tratamentos, equipamentos auxiliares de diagnóstico e serviço administrativo. Coisa diferente é as câmaras municipais desatarem a deitar estes remendos que se irão sedimentar a pouco e pouco como soluções definitivas, de ter médicos a trabalhar à tarefa e pagos à hora.
Não é isto que as pessoas querem e não é isto o Serviço Nacional de Saúde que devia existir. A solução para Montalvo tem que passar por um serviço de saúde organizado e enquadrado no Serviço Nacional de Saúde. Se esta medida for avante deve ter um limite temporal após o qual a Administração de Saúde se obrigue a colocar um médico de família na localidade.
O presidente da Câmara Municipal do Sardoal, que tem defendido que os médicos da especialidade de Medicina Geral e Familiar a quem o Estado paga os estudos e a formação, devem ser colocados nos locais onde fazem falta e obrigados a permanecer aí durante dois ou três anos, tem uma boa e justa visão do problema. Pena é que o Governo e o Parlamento se verguem ao poder do lóbi dos médicos.
Ana Filomena Cintrão