Multibancos destruídos por ladrões em Calhandriz e Alhandra continuam por repor
Duas máquinas foram assaltadas e destruídas com recurso a explosão no último Verão. Estavam colocadas em espaços da junta de freguesia que agora se diz vítima dos interesses dos bancos, que querem cobrar entre 300 e 400 euros por mês para repor novas máquinas.
Desde o último Verão que os moradores da Calhandriz e Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira, estão privados do serviço das caixas multibanco que existiam na sede e delegação da junta de freguesia. As duas máquinas foram destruídas por explosões em dois assaltos, em Agosto na Calhandriz e em Setembro na sede da junta em Alhandra, e desde então não foram repostas. Nem há a perspectiva que isso venha a acontecer.
Se em Alhandra a falta do equipamento pode ser ultrapassado indo a outros multibancos perto do centro da vila, já no que toca à Calhandriz a situação é mais complicada porque se trata do único multibanco da aldeia. Quem ali vive tem agora de andar mais de 15 quilómetros para levantar dinheiro, realizar pagamentos ou consultar saldos. Por esse motivo as queixas sucedem-se.
O lamento pelo impasse da situação foi deixado na última sessão da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira pelo presidente da junta de freguesia, Mário Cantiga (CDU), que aponta o dedo aos bancos e ao que diz ser a sua sede de lucros fáceis. “Para que as máquinas agora sejam repostas todos os bancos nos querem obrigar a pagar na íntegra a instalação, electricidade, alarmes e uma renda mensal que em alguns casos chega aos 400 euros. É absurdo”, lamentou o autarca.
Mário Cantiga diz que quer resolver o problema mas a junta não tem capacidade financeira para aguentar esta despesa adicional e critica especialmente a Caixa Geral de Depósitos por não ter uma atitude de maior apoio à população, tratando-se do único banco do país com capitais públicos. “Estamos a falar de conseguir colocar um serviço que é essencial para as pessoas”, notou.
O autarca explica que a junta já contactou a totalidade dos bancos e nenhum se mostrou disponível para instalar o equipamento livre de rendas mensais. Antes dos assaltos as caixas tinham sido dadas pelas entidades bancárias, o que deixa os autarcas ainda mais perplexos pelo recente reclamar de verbas.
Na última assembleia de freguesia de Alhandra o assunto também foi levantado pelos eleitos das diferentes bancadas, que lamentaram os transtornos que estas situações estão a gerar. Mas foi consenso geral que a junta não deve financiar a banca suportando os custos dos multibancos.
Presidente da câmara promete ajudar
Alberto Mesquita (PS), presidente do município, também manifestou a sua solidariedade para com as populações que se viram privadas dos equipamentos e prometeu pedir audiência com alguns bancos, entre eles a Caixa Agrícola, que tinha o multibanco na Calhandriz, para tentar “encontrar uma solução” que possa ser vantajosa para a população e o erário público.