A pouco e pouco vão desaparecendo caixas multibanco de diversas povoações, sob os mais diversos pretextos. Ou porque os balcões dos bancos fecharam em certas localidades ou porque as máquinas que havia foram sendo destruídas em assaltos.
Esta situação é mais uma que vai acentuar o despovoamento do interior que os políticos dizem querer combater mas que não combatem de maneira nenhuma.
No último caso, perante as reclamações de populares e autarcas de Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, o presidente da câmara disse que o colocar máquinas multibanco ou não era decisão dos bancos.
Lamento este conformismo. Trabalho há trinta e nove anos e pago os meus impostos e nos últimos anos tenho visto e acho que, lamentavelmente, vou continuar a ver o nosso dinheiro ser usado para salvar bancos que estão à beira da falência e viabilizando desse modo o modo de vida dos accionistas desses bancos. Com base nisso acho que o Estado tem o legítimo direito de exigir a colocação de caixas multibanco nos locais onde elas fazem falta.
Isto começa a parecer uma República das Bananas com se dizia antigamente. Ou uma República de bananas, que é o que me apetece dizer. Se esse pessoal quer os bancos salvos à custa dos contribuintes também tem que contribuir para que a situação do interior do país e dos mais desprotegidos não piore.
Os autarcas têm que saber capitalizar a mobilização dos cidadãos e apoiar-se nelas para ter voz e reivindicar. Nada de conversetas moles de gabinete. Os direitos conquistam-se. Não é preciso ser à traulitada mas tem que ser com voz e posições firmes.
Rogério Manuel Mira Saboga