Carlos Coutinho defende António Ganhão e acredita na inocência do ex-autarca
Presidente da Câmara de Benavente acredita que há-de fazer-se justiça e que a inculpabilidade do seu antecessor será provada em julgamento.
Ninguém é culpado antes do julgamento. Quem o diz é Carlos Coutinho (CDU), presidente da Câmara de Benavente, que na última reunião pública do executivo saiu em defesa do ex-líder daquele município, António José Ganhão (CDU), que é arguido num processo por prevaricação de titular de cargo político e corrupção passiva.
“A justiça há-de fazer-se e vir ao de cima. [António Ganhão] Foi um homem grande que sempre serviu Benavente e é importante que a justiça actue e se cumpra para que se limpem estas nuvens de suspeição”, afirmou o autarca, que acredita na inocência do seu antecessor. Carlos Coutinho diz que nos últimos meses, à custa do processo em que está envolvido o ex-autarca, “alguns têm tentado manchar a imagem” de António José Ganhão. “Ninguém é culpado no início de um julgamento”, defendeu. O autarca respondia ao vereador Pedro Pereira (PS), que acusou a actual gestão CDU de não promover uma homenagem ao ex-presidente de câmara. Carlos Coutinho diz que logo que o processo esteja resolvido a câmara “não deixará” de homenagear o ex-autarca.
Cinco arguidos vão a julgamento
O julgamento conta com cinco arguidos e os crimes em questão terão tido origem em processos de licenciamento de empreendimentos. O Tribunal de Instrução Criminal de Santarém confirmou no último mês a acusação do Ministério Público e os arguidos vão a julgamento.
Além de António José Ganhão, que foi presidente do município entre 1979 e Outubro de 2013, estão ainda acusados Miguel Cardia, vereador no executivo entre 2005 e Outubro de 2013, Daniel Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão de 2005 a 2009, eleito pelo PS, Vasco Feijão, engenheiro civil na Divisão Municipal de Obras Particulares, Planeamento Urbanístico e Desenvolvimento, e Tiago Gallego, empresário do ramo imobiliário.
Actualmente com 72 anos, António José Ganhão, que abandonou a vida autárquica em Fevereiro de 2016, por motivos de saúde, quando era presidente da Assembleia Municipal de Benavente, foi um dos arguidos que requereu a abertura de instrução, tendo na altura dito que a acusação era “ridícula e sem sentido”, negando ter cometido qualquer dos crimes pelos quais está acusado.
Daniel Ferreira é acusado de dois crimes de prevaricação de titular de cargo político, um crime de tráfico de influência, dois crimes de corrupção activa e um crime de furto qualificado. Tiago Gallego é acusado de dois crimes de corrupção activa e um crime de detenção de arma proibida. Miguel Cardia é acusado de dois crimes de corrupção passiva. Vasco Feijão é acusado de um crime de corrupção passiva.