Ajustes de contas entre jovens na estação da Póvoa assustam passageiros
Polícia diz que está atenta à situação e que os jovens, menores, estão identificados. As lutas entre grupos rivais de jovens na estação da Póvoa de Santa Iria continuam e há registo de novas agressões. Utilizadores do comboio sentem-se inseguros e pedem reforço policial ou segurança privada no espaço.
Vários passageiros que apanham o comboio na estação da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, estão alarmados com a recente onda de agressões que está a acontecer entre grupos rivais de jovens e pedem um reforço policial ou a colocação de seguranças privados para aumentar o sentimento de segurança. Em especial, dizem, nas horas nocturnas, em que a estação tem um fluxo menor de passageiros.
Na segunda-feira, 30 de Julho, já perto da meia-noite, uma rixa entre jovens gerou aparato no local e alguns passageiros chegaram mesmo a filmar os incidentes. “Estavam uns sete ou oito de cada lado a agredirem-se entre eles, miúdos novos, só começaram a dispersar quando a polícia, chamada por alguém, apareceu aqui”, conta a O MIRANTE Fernanda Oliveira, que estava à espera de apanhar o comboio para Lisboa.
“Ultimamente tem sido isto e ficamos com medo porque não há praticamente ninguém na estação a essa hora e eles andam sozinhos, depois de baterem uns nos outros ainda dão pontapés nos vidros e nos contentores do lixo”, revela. Fernanda trabalha por turnos numa fábrica de óleos alimentares da Póvoa e não tem alternativa ao comboio. “Autocarros não há e já nem os táxis ficam aqui depois das onze da noite. Isto é estar sempre com o credo na boca”, lamenta.
Outros utentes, questionados pelo nosso jornal, confirmam a onda de medo. Fonte policial confirma os problemas e explica que se tratam, na sua maioria, de jovens menores de idade de um bairro social da cidade, que já estão identificados. A polícia diz que estão mobilizados meios para o terreno que passam com frequência na estação.
Mas alguns utentes dizem o contrário. “O ambiente aqui anda muito mau e em especial depois das dez ou onze da noite. Temos medo de sair da estação porque está tudo muito escuro, não se vê ninguém na rua, nem polícias nem seguranças, nada”, critica outro utilizador do comboio, Estêvão Conceição, que chega de Lisboa, onde trabalha, por volta das onze da noite durante a semana.
Acertos de contas
As autoridades acreditam que os desacatos de 30 de Julho estão relacionados com o esfaqueamento que aconteceu, dia 1 de Julho, também naquela zona, de outros dois jovens, de 16 e 17 anos. Clinicamente as lesões não colocaram em risco a vida dos dois menores que mesmo assim tiveram de receber assistência médica no hospital. Nessa situação, como na última, o alerta para as autoridades foi dado por moradores da zona que presenciaram os ataques.