Autarca diz que meios aéreos para combater fogo em Samora Correia foram “insuficientes”
Presidente da Câmara de Benavente fala em “momentos de angústia” vividos pelas populações. Freguesia de Samora Correia ficou sem 500 hectares de eucaliptal no último fim-de-semana devido a um incêndio de grandes proporções que só graças ao grande empenho dos bombeiros e agentes da protecção civil não teve consequências piores para os moradores.
Os dois meios aéreos alocados ao combate às chamas do violento incêndio que se registou no sábado, 4 de Agosto, em Samora Correia, concelho de Benavente, foram “insuficientes” e de “pouco serviram” para ajudar no combate às chamas. O desabafo foi deixado na tarde de segunda-feira, 6 de Agosto, em reunião de câmara, pelo presidente do município, Carlos Coutinho (CDU), em jeito de balanço da ocorrência.
O autarca, que é também o responsável máximo da protecção civil no concelho, explica que devido a outros incêndios que estavam activos nesse fim-de-semana – Rio Maior, Alcanede e Monchique – Benavente acabou por ser o parente pobre escolhido pela protecção civil nacional e apenas dois helicópteros foram enviados para o combate às chamas em Samora Correia.
“Os bombeiros e os manobradores das máquinas de rasto deram o seu melhor mas os meios de intervenção aérea poderemos considerar que foram insuficientes. Em Monchique estavam 13 meios aéreos, nós tivemos dois helicópteros com uma autonomia reduzida que não chegavam para combater a frente de fogo, estavam completamente inoperantes, porque carregavam pouca água e a que descarregavam evaporava-se logo, nem chegava ao solo”, lamentou.
O fogo começou pelas 13h00 de sábado perto da estrada de Pancas e progrediu praticamente até à zona do Catapereiro, sempre em terrenos da Companhia das Lezírias. Foi controlado pelas 23h00 de sábado mas esteve em rescaldo até à noite de domingo. As chamas consumiram 500 hectares, compostos sobretudo por eucaliptal. Mas há registo de dois hectares consumidos de vinha, algum olival e montado.
“É justo o reconhecimento da valentia de todos os bombeiros, corporações e máquinas que estiveram a tentar resolver este problema. Ouvimos muita coisa mas é preciso estar no local a acompanhar a frente, como eu estive, para perceber que o combate aos incêndios não é fácil. As chamas ganharam proporções terríveis, viveram-se momentos de angústia. A dada altura, por causa do vento e do calor, chegámos a ter o fogo a avançar dois quilómetros numa hora. E se as chamas passam para o outro lado da Estrada Nacional 118 o desfecho poderia ter sido bem pior”, lamenta o autarca.