Falta da limpeza das bermas das estradas põe vidas em risco
Mais reclamações de autarcas contra a Infraestruturas de Portugal. Presidente das freguesias urbanas de Tomar está indignado com o estado em que se encontram as estradas nacionais no seu território e pediu satisfações à Infraestruturas de Portugal. Limpeza deve ficar concluída em Agosto, respondeu a empresa pública.
O coro de reclamações e críticas pela falta de limpeza das bermas das estradas nacionais na região vai aumentando de semana para semana, tanto nas redes sociais como entre autarcas. Na última semana de Julho foi a vez do presidente da Junta de Freguesia de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais, em Tomar, escrever à empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP) a manifestar o seu desagrado pelo estado em que se encontram as bermas das estradas nacionais (EN) 110, 113 e 349-3.
Segundo o presidente das freguesias urbanas de Tomar, as bermas das EN110, 113 e 349-3 estão repletas de ervas, canas e silvado com a altura de metro e meio, tapando placas de identificação de localidade, sinais de trânsito e passeios. “Solicito uma intervenção urgente dado ser uma situação de extrema gravidade e perigo iminente, os transeuntes como não podem circular nos passeios, ou por falta deles ou por estarem obstruídos, têm de desviar o trajecto para a faixa de rodagem, pondo em risco as suas vidas”, escreveu Augusto Barros.
Na resposta, a Infraestruturas de Portugal informou que “encontra-se em curso uma empreitada no distrito de Santarém que inclui a execução dos trabalhos ambientais na rede viária do concelho de Tomar, prevendo-se que a execução dos mesmos possa estar concluída até final do mês de Agosto”. A empresa aproveita ainda para lamentar “o transtorno causado”, garantindo que vai continuar a “trabalhar no sentido de garantir a melhoria do serviço prestado”.
Na carta enviada à IP, Augusto Barros aproveita para dizer que a necessidade de limpeza dessas estradas já vem de 2017, ano em que a junta de freguesia se substituiu à empresa pública e deslocou máquinas e pessoal para limpar cerca de 200 metros de bermas nas entradas da cidade pela EN110. E concluiu com um desabafo: “Solicito mais uma vez a devida atenção para esta grave situação de perigo, pois é em cima do presidente desta junta de freguesia que recai a pressão e ameaças por parte da população”.
Queixas por todo o lado
Outro presidente de junta que recentemente se pronunciou contra o estado das bermas de estradas nacionais foi o de São da Ribeira e Ribeira de São João, no concelho de Rio Maior, Leandro Jorge, disse a O MIRANTE que os sete quilómetros da EN114 que atravessam o seu território representam “uma situação escandalosa e vergonhosa”.
Sinais tapados por vegetação e canas e mato que engoliram as bermas e já se estendem para a faixa de rodagem são ameaças evidentes à segurança de automobilistas, ciclistas e peões que por ali circulam. Um cenário que se estende por todo o troço da EN 114 entre Rio Maior e Santarém e que já foi objecto de críticas por outros autarcas dos dois concelhos.
Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira são outros concelhos onde se têm ouvido queixas pela falta de limpeza das bermas.
Governo quer bermas limpas
Em Outubro de 2017 o Governo publicou em Diário da República um diploma onde estabelece as medidas para limpeza de faixas até dez metros junto às vias rodoviárias e ferroviárias por parte das entidades gestoras, com o objectivo de defesa contra os incêndios. O plano de actuação para limpeza das bermas e faixas de gestão de combustível da rodovia e da ferrovia pretende “contribuir eficazmente para o Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios” e foi aprovado pelo Conselho de Ministros de 21 de Outubro de 2017.
As medidas, no caso das estradas nacionais ou ferrovia, devem ser executadas pela Infraestruturas de Portugal e pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes, “os quais deverão promover a sua execução também através das concessionárias, subconcessionárias e demais intervenientes”.