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A sacralização animal e a bestialidade humana

Está criado neste país um ambiente de sacralização animal que levado ao extremo por alguns fundamentalistas chega por vezes a pôr em causa o bem-estar e a segurança dos humanos. Qual é o adepto da caminhada, da corrida ou do ciclismo que não foi já perseguido por cães sem trela nem açaime que circulavam na via pública na companhia dos seus donos? Quem é que, perante a ameaça do ladrar e da dentadura caninos, nunca ouviu por parte dos zelosos donos um sorridente e despreocupado “ele não morde, está só na brincadeira”, enquanto um tipo vai pensando na melhor forma de se pôr a milhas.
Há uns dias, corria despreocupadamente no Jardim das Portas do Sol, em Santarém, quando dois ou três cães que se encontravam numa área relvada em pleno jardim, acompanhados pelo seu pastor, decidiram que lhes apetecia filar umas canelas e desataram a correr atrás de mim. Devo ter melhorado a minha marca nos 100 metros mas confesso que não gostei desse doping inesperado. E mais irritado fiquei quando vi, no portão de acesso ao jardim, que é proibida a entrada a cães sem trela.
Este tipo de prevaricação é comum e deve-se ao assobiar para o ar das autoridades, chamem-se elas PSP, GNR ou municípios. Porque quem se mete com os animais leva e não vale a pena estar a perder popularidade e até votos com essas minudências. Deixem pois animais e bestas continuarem a andar à solta que andam muito bem.
José C. Reis

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