
Filarmónica Pontevelense fecha portas se não aparecer nova direcção
Assembleia-geral decisiva está marcada para dia 19 de Setembro. Colectividade mais antiga da freguesia confronta-se com uma dívida avultada decorrente da construção da nova sede. Uma situação que não ajuda a atrair candidatos.
Se no próximo dia 19 de Setembro (quarta-feira) não aparecer uma direcção para assumir os destinos da Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense (SFIP) a colectividade fecha portas. Mário Silva, da comissão administrativa da SFIP, disse a O MIRANTE que não existe outra saído caso não apareçam elementos para agarrar no leme da colectividade. O mandato da última direcção terminou em Dezembro de 2017 mas Mário Silva e os restantes elementos têm-se mantido na comissão administrativa para evitar que a colectividade encerre definitivamente.
Depois da última assembleia-geral, realizada a 4 de Junho, nada ficou resolvido e a actual comissão administrativa decidiu adiar a decisão para depois das Festas em Honra de Nossa Senhora do Desterro, que decorreram há duas semanas. No final dos festejos foi marcada a derradeira assembleia-geral, para 19 de Setembro, para decidir o futuro daquela que é a colectividade mais antiga da freguesia de Pontével (concelho do Cartaxo).
“Estou na direcção da SFIP há cerca de oito anos e não posso continuar mais. Dói muito perceber que a SFIP pode fechar portas mas se não aparecerem interessados é isso que vai acontecer”, explicou Mário Silva, que é enfermeiro e também docente na Escola Superior de Saúde de Santarém.
Mário Silva sabe que as pessoas têm relutância em se candidatar à direcção devido à avultada dívida que a colectividade tem. A nova sede da SFIP foi inaugurada em Outubro de 2005 e custou cerca de 800 mil euros. A Câmara do Cartaxo pagou parte da obra mas ficou acordado que a SFIP pagaria 100 mil euros. O objectivo da SFIP era vender a antiga sede para pagar a dívida da nova sede, só que isso não aconteceu. “Ainda houve uma proposta de venda mas nunca se concretizou. Como não conseguimos vender a antiga sede os juros da dívida da nova sede foram sempre aumentando e o valor tornou-se insustentável. Actualmente devemos 128 mil euros, já com juros incluídos”, diz Mário Silva.
Antiga sede corre risco de penhora
Em 2016 a colectividade recebeu a notificação do processo de insolvência da construtora responsável pela obra para pagar a dívida ou avançariam com uma acção de penhora da antiga sede. “O único património da SFIP é a antiga sede uma vez que a nova sede ainda está em processo de legalização. A minha esperança é que a empresa tenha muitos credores e não se lembrem de nós, porque a qualquer momento podem vir penhorar a antiga sede”, explica o dirigente, acrescentando que a colectividade sempre manteve uma boa relação com o dono da empresa até à data em que este faleceu.
Mário Silva esclarece que pediram um parecer jurídico à Confederação das Colectividades que diz que os actuais directores não vão ser responsabilizados pela dívida contraída anteriormente. “As pessoas não têm que ter medo de vir para a direcção da SFIP porque não podem ser responsabilizados criminalmente por nada. Esta colectividade precisa dos sócios e precisa que os sócios agarrem nela e a possam projectar para o futuro. Nós já cá estamos há muitos anos e é preciso sangue novo e ideias novas para que a SFIP possa rejuvenescer”, sublinha.

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