A Chamusca perdeu 20 por cento da população nos últimos 16 anos. Os dados foram lançados pelo director-geral da empresa ECODEAL, Manuel Simões, durante o painel “Factores de Competitividade Regionais”, no decorrer do fórum “Agendas Locais”, organizado pela Associação Eco Parque do Relvão, pela Câmara da Chamusca e pela NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém.
Na sessão que decorreu no dia 3 de Outubro, no Cine-teatro da Chamusca, o director da ECODEAL reconhece que essa é uma questão transversal em toda a Europa, embora na Chamusca seja particularmente problemática. “Sem pessoas não podemos fazer nada e existe até um estudo que prevê que daqui a 40 anos Portugal terá uma população de cerca de seis milhões de habitantes”, enfatizou.
Manuel Simões considera ser “necessário criar uma estratégia e políticas de incentivos à atracção e fixação de pessoas na região”. Quanto ao tecido empresarial, o responsável da ECODEAL, que se dedica à reciclagem e valorização de resíduos perigosos, diz que “é necessário atrair as indústrias transformadoras, que são os nossos principais clientes, pois são as empresas que produzem resíduos e que precisamos de atrair para o Eco Parque”.
O director da ECODEAL referiu ainda que é necessário criar acessibilidades adequadas para que a matéria-prima possa entrar e sair sem problemas e “fundamentalmente é preciso ter as pessoas para trabalharem nessas indústrias”.
O Eco Parque do Relvão “é um dos parques na Europa com maior concentração das melhores tecnologias em termos de resíduos e por isso propusemos que se torne num centro tecnológico, com a parceria de universidades e partilha de experiências e formação de pessoas”, revelou Manuel Simões.
Já no fim da sua intervenção Manuel Simões referiu que o Eco Parque precisa de uma associação forte, e essa só poderá ser forte se contar com a intervenção de todos os seus associados e de todos os que estão instalados no parque.

“Eco Parque do Relvão tem uma boa localização estratégica”
“O Eco Parque do Relvão está numa localização mais estratégica do que pensam. É como se estivéssemos a 30 quilómetros de um porto”, considerou o presidente da Comissão Executiva da EGEO SGPS, Filipe Serzedelo, durante o painel “Factores de Competitividade Regionais”. Uma das principais vantagens da Chamusca é a sua localização, por estar perto do Terminal Multimodal do Vale do Tejo, uma plataforma logística com características de porto seco, disse.
Filipe Serzedelo explicou que “o SISAV faz um enorme esforço para trazer resíduos a nível internacional, como por exemplo óleos”. O trabalho nos últimos quatro anos dos dirigentes daquele sistema de tratamento e eliminação de resíduos “tem sido perceber a logística internacional”.
“O custo de trazer um contentor de resíduos é o mesmo de transportá-lo para Setúbal ou Lisboa. Portanto este porto seco com ligação a Sines é ultra relevante para nós e é uma sorte estar aqui nesta localização”, reforçou.