Atletas vão cortar a meta juntos em homenagem a Luís Grilo
Amigos e atletas da Wikaboo organizam a GRILORun2018, uma corrida de homenagem ao triatleta da equipa, que foi morto a tiro na sua casa nas Cachoeiras. A família Grilo apoia e junta-se ao tributo, no dia 18 de Novembro, em Oeiras.
Atletas, família e amigos prestam este domingo, 18 de Novembro, homenagem a Luís Grilo, o triatleta das Cachoeiras que foi assassinado há quatro meses, aos 50 anos. O corpo de Luís Grilo esteve desaparecido mês e meio, tendo sido encontrado por um popular, em Avis, no Alentejo, a mais de 130 quilómetros das Cachoeiras, onde residia.
Confirmada a sua morte, os amigos e triatletas da Wikaboo, grupo de desporto ao qual pertencia Luís Grilo, decidiram que lhe iriam prestar homenagem. “Quisemos deixar passar algum tempo após o funeral, mas sabíamos que o queríamos homenagear”, diz a O MIRANTE Nuno Barradas, antigo treinador de Luís. “Ainda há tristeza, mas já a interiorizámos”, acrescenta.
A corrida de homenagem ao triatleta assassinado a 15 de Julho insere-se no evento Corre Jamor, organizado pelo Clube Olímpico de Oeiras. A prova de 10 quilómetros tem percurso misto de alcatrão, terra batida e relva, com partida marcada para as 09h00, na pista do Estádio de Honra do Centro Desportivo Nacional do Jamor. Também há a opção de caminhada com três quilómetros de extensão.
A ideia de inserir a homenagem nesta corrida partiu do grupo de amigos da Wikaboo e o clube de Oeiras mostrou-se receptivo. Aos participantes que correm por Luís Grilo vão ser distribuídas t-shirts com a sua fotografia.
“Nesta corrida queremos reviver uma tradição da equipa”, diz Nuno Barradas e explica: “O primeiro a cruzar a meta volta atrás até encontrar o atleta que ocupar o último lugar. O objectivo é cruzarmos a meta todos juntos, em homenagem ao Luís”. A tradição de equipa, como lhe chama o treinador de triatlo, “era algo que o Luís fazia quase sempre”. “Voltava atrás e dava apoio aos colegas”, lembra.
Para os amigos de Luís Grilo esta homenagem “não é o encerrar de um capítulo, porque nunca vamos esquecer, mas é o virar de uma página”, remata o treinador.
Família Grilo
junta-se à homenagem
A família Grilo mostra-se receptiva a esta homenagem e vai estar presente, confirma Sandra Grilo, sobrinha de Luís, a
O MIRANTE. “É a forma certa de o homenagear, porque foi algo pensado e organizado pelos seus amigos”, sublinha.
Com Rosa Grilo em prisão preventiva por suspeitas de ter assassinado o marido, com a ajuda do seu amante António Joaquim, a família Grilo mantém-se unida e desvaloriza a versão da viúva que denigre a imagem do triatleta. “Tudo o que aconteça para homenagear o meu tio chega sempre em boa altura. O nosso pensamento estará com ele”, diz a sobrinha.
Na última versão apresentada por Rosa Grilo, Luís foi morto por um trio de angolanos que procuravam um saco de diamantes vindo de Angola. Teria sido Luís a trazer essas pedras preciosas há oito anos, quando visitou o país em trabalho relacionado com a sua empresa de informática, com sede em Alverca.
As cartas de Rosa a partir da prisão
A viúva tem escrito várias cartas a partir da prisão, dirigidas a Moita Flores e à ex-mulher do seu amante, entre outros destinatários. Nessas cartas nunca escreve sobre Luís Grilo, limitando-se a ilibar o seu amante, a pedir desculpa a Fernanda - ex-mulher de António Joaquim - e a fazer críticas à investigação e actuação dos inspectores da Polícia Judiciária.
Na última carta, novamente dirigida a Moita Flores, pela primeira vez nem uma linha escreve sobre António Joaquim. A suspeita de ser co-autora do homicídio de Luís Grilo volta a atacar o modo de actuação da Polícia Judiciária, aquando da sua detenção, no dia 26 de Setembro. “Foi lamentável que o meu filho tivesse que ouvir os inspectores a gritarem comigo, a insultarem-me (…)”, escreve Rosa.
Respondendo a Moita Flores, que a aconselhou a pensar no seu filho, Rosa responde: “A minha preocupação não é outra que não o meu filho, assim se vê que não me conhece de lado nenhum”.