Bombeiros de Azambuja esperam há década e meia por novo quartel
Cedência do terreno para a construção está dependente da aprovação do Plano Pormenor da Frente Urbana de Azambuja.
O novo quartel dos Bombeiros Voluntário de Azambuja, uma promessa que se arrasta desde 2004, está dependente da aprovação do Plano Pormenor da Frente Urbana de Azambuja (PPFUA) pela Câmara de Azambuja e por outras entidades. Um processo burocrático moroso e que, depois de concluído, prevê a cedência de uma parcela de terreno para a construção do quartel.
O terreno prometido pelo município para a construção do quartel é propriedade de um dos promotores do PPFUA e será cedido para domínio público com a aprovação do projecto. Esta cedência é um dos trâmites legalmente exigidos para ser viabilizada a construção do loteamento.
O presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), diz que tal como acordado entre as partes, o terreno será cedido aos Bombeiros de Azambuja assim que o PPFUA for aprovado. “O processo é muito demorado e não depende exclusivamente da câmara”, acrescenta, pois há outros organismos públicos ligados ao ordenamento do território que têm palavra no processo.
Na área que integra este plano de pormenor, que carece ainda de aprovação, foi recentemente autorizada pela Câmara de Azambuja, mediante declaração de interesse público, a construção de um hipermercado. Também já foi construído e encontra-se a funcionar um posto de abastecimento de combustíveis.
Bombeiros impedidos de ampliar quartel
“Já tentámos por diversas vias acelerar o processo de cedência do terreno, apresentando propostas à Câmara de Azambuja”, diz André Salema, presidente da direcção dos Bombeiros de Azambuja. Inconformado com a situação e perante a necessidade urgente de oferecer condições dignas de trabalho aos operacionais, a direcção avançou com uma candidatura a fundos comunitários do Portugal 2020 para ampliação do actual edifício, com aprovação da Autoridade Nacional de Protecção Civil. A candidatura foi chumbada pelo POSEUR, por considerar que não havia condições geográficas para um aumento das instalações naquele local. “Precisamos de um novo terreno e construir de raiz”, reitera André Salema.
Depois ser acordada a cedência do terreno, a associação humanitária tem ainda de conseguir financiamento para a construção do novo quartel. As soluções passam por “recorrer a fundos do próximo quadro comunitário e da venda do imóvel onde está instalado o quartel, e que é propriedade desta associação”, explica o dirigente.
O quartel está localizado no centro da vila de Azambuja e já tem 40 anos. Recentemente foram feitas obras com fundos próprios, para melhorar as condições nos balneários e camaratas. Situação que, na opinião do dirigente, não resolve o maior problema que enfrentam: a falta de espaço para bombeiros e viaturas.
A O MIRANTE o comandante da corporação, Ricardo Correia, referiu que em Janeiro de 2019 é esperada a entrada de mais 25 bombeiros, que se juntam aos 47 já existentes. Um aumento benéfico para a corporação mas que trará novos desafios para arranjar espaço para acomodar os recém-formados.
Empresário não compreende tanta demora
O PPFUA tem uma área de intervenção de 61 hectares, na entrada norte da vila de Azambuja, onde está prevista a construção de 15 infraestruturas, entre outras, uma unidade hoteleira e um nicho empresarial. Investimento que traria riqueza e postos de trabalho para o concelho de Azambuja, na opinião de Afonso Bragança Mendes, um dos promotores do empreendimento.
O empresário confessa a O MIRANTE que não entende a demora e os entraves postos pela Câmara de Azambuja ao avanço do projecto. Já foram desenvolvidas e apresentadas ao município várias versões e até já foram alterados os sectores de negócio. “Estava prevista a construção de mais empresas de logística, mas não era desse investimento que o concelho precisava. Agora o projecto já engloba, por exemplo, a construção de um hotel que vai potenciar o turismo”, confirma a O MIRANTE Luís de Sousa.
Promotores e técnicos da divisão de urbanismo da Câmara de Azambuja reuniram recentemente, mas Luís de Sousa não adianta previsões para a aprovação deste Plano Pormenor, que depois de ser aprovado pela autarquia terá de ser submetido à apreciação da assembleia municipal.