Sinagoga de Tomar reabriu ao culto mas ainda sem o espaço museológico
Encerrado há cerca de um ano, para obras, o templo voltou a abrir portas a 9 de Novembro.
Dez minutos antes das 10h00, hora marcada para a abertura do espaço, já Shraga e Evelyn aguardavam impacientes. O casal de turistas israelitas prolongou a visita a Tomar por mais um dia para poder visitar a sinagoga da cidade. Faziam-se os últimos preparativos e a equipa de limpeza ainda não tinha abandonado o local. Shraga e Evelyn nem queriam acreditar nas mudanças que tinham ocorrido no espaço desde o dia anterior. “Quando passámos por cá para saber se estava aberto estava tudo num caos. Trabalharam muito bem”, diz Evelyn dirigindo-se a Cecília Rosa.
Cecília é guia da empresa privada Caminhos da História, contratada pelo município de Tomar para orientar os visitantes nos diversos monumentos do concelho. No dia da abertura foi Cecília que serviu de guia aos primeiros turistas, mas a sua presença no local tinha outro intuito: dar formação aos seis vigilantes de museus que ficarão responsáveis por guiar os futuros visitantes da sinagoga.
Já no interior, Evelyn pergunta a Cecília Rosa onde é o “mechitzah”, local dedicado ao culto das mulheres, pois segundo a tradição judaica homens e mulheres prestam culto em espaços diferentes. A guia explica que já estava muito deteriorado e não foi possível proceder à sua reconstrução.
Paredes meias com a sinagoga decorrem as obras onde vai nascer o espaço museológico. Filipa Fernandes, vereadora da cultura explicou a O MIRANTE que ainda não há previsão de data para a abertura do centro interpretativo e espaço museológico que exibirá o espólio doado por várias famílias de Tomar e que esteve em exposição no Complexo Cultural da Levada até 6 de Novembro.
Para mais tarde está também prevista a beneficiação do espaço verde envolvente do edifício.
A intervenção na sinagoga de Tomar, orçada em cerca de 230 mil euros, foi mais demorada do que o inicialmente previsto (130 dias). A obra contemplou a utilização de materiais semelhantes aos da construção original e a preservação das memórias do local, assim como novos elementos que criam melhores condições, como a iluminação. Na acústica mantiveram-se os característicos cântaros de barro colocados nos cantos do edifício. A zonal de culto ficou despojada de objectos como forma de respeitar a tradição judaica.
Número recorde de visitantes
O templo judaico, localizado no centro histórico de Tomar, bateu em 2016 um número recorde de visitantes, tendo recebido perto de 60 mil turistas, 70% dos quais estrangeiros, provenientes maioritariamente de Israel.
A sala de culto encerra às segundas-feiras e está aberta das 10h00 às 17h00, com interrupção para almoço das 12h00 às 14h00, no horário de Inverno. O horário de Verão estende-se até às 18h00, com interrupção para almoço entre as 13h00 e as 14h00.