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Verão de São Martinho meteu férias e não ajudou ao negócio na Feira da Golegã
Rita Cardoso e Maria Gonçalves queixaram-se do mau tempo no dia de São Martinho

Verão de São Martinho meteu férias e não ajudou ao negócio na Feira da Golegã

Mau tempo registado nalguns dias dificultou a vida aos feirantes e afugentou visitantes.

O Verão de São Martinho ganhou fama e deitou-se a dormir, pelo menos no domingo, 11 de Novembro, data em que se celebra o santo que dá nome à secular feira que na primeira quinzena de Novembro leva milhares de forasteiros à Golegã para ver os cavalos e provar a água-pé e a castanha assada.
“A venda da castanha está muito fraca. A chuva não veio ajudar em nada. Foi o pior dia de São Martinho da Feira da Golegã”, desabafa à reportagem José Correia, 42 anos, vendedor de castanhas. A chuva insistente afugentou visitantes e o negócio ressentiu-se, com excepção, provavelmente, dos guarda-chuvas. Aliás, este ano, o afamado Verão de São Martinho esteve arredio durante boa parte do certame.
“Quentinhas, torradinhas, quentes e boas”, apregoa em voz alta Maria Gonçalves, uma das muitas vendedoras de castanhas assadas presentes na Feira Nacional do Cavalo e de São Martinho que, apesar da chuva, não arredou pé do seu carrinho de vendas em pleno dia de São Martinho.
“Este ano o negócio está fraco por causa da chuva. Se o tempo ajudasse, vendia com certeza mais castanhas assadas como já aconteceu em anos anteriores”, confessa a mulher de 62 anos que se vai protegendo e às castanhas assadas com o seu chapéu-de-chuva em padrão xadrez. E não está sozinha. Mesmo a seu lado, sempre pronta para dar dois dedos de conversa, está Rita Cardoso. Com o chapéu-de-chuva numa mão e a outra a agitar o assador de castanhas, a vendedora de 60 anos garante que este ano a castanha está boa e recomenda-se.
O pior, diz, é a chuva que teima em cair e que não está a ajudar nada à venda. “São Martinho molhado não é de maneira nenhuma um São Martinho abençoado. A venda de castanhas assadas está muito fraca”, lamenta Rita Cardoso apontando onde se pode provar a melhor pinga da feira.
E não foi difícil encontrá-la. Estava mesmo no final da rua a começar a ser servida em copos de plástico. Quem a provou diz que é de excelente qualidade mas não é ribatejana. Veio da zona do Dão. “Este vinho cai bem com castanha assada e uma boa companhia”, refere Joaquim Couto. Esta é a oitava vez que o bombeiro de Seia vem propositadamente à Feira da Golegã no dia de São Martinho. E nem a chuva deste ano o fez cancelar o programa. “Isto aqui é sempre uma festa. Saímos sempre alegres”, ri-se.

Guarda-chuvas com boa saída
Avança-se pela rua. Desta vez o destino é um bar do outro lado do Largo do Arneiro. Passamos barracas a vender ginjas, bonés, casacos e malas. Muitos abrigam-se da chuva nas boxes improvisadas para os cavalos e ficam a ver as vistas enquanto apreciam as castanhas assadas. Outros aproveitam para fazer as últimas compras. Os casacos de pele e os chapéus-de-chuva são os produtos que saem mais. Pelo menos nisso o tempo ajuda. Finalmente chegámos ao pequeno bar. O estilo é rústico e familiar. O que mais salta à vista em cima da mesa de apoio são quatro caixas com torneira onde se encontra armazenada a água-pé.
Eduardo Guerra, da Chamusca, é um dos que faz questão de provar a tradicional bebida, acompanhada da castanha assada. “Quase todos os anos venho cá para provar a água-pé e comer castanhas. Cai sempre bem neste dia especial”, garante enquanto agarra no copo e brinda ao dia de São Martinho.
E não é o único. Também Adelino Germano, de Torres Novas, gosta de celebrar o São Martinho de copo e castanha assada nas mãos. Todos os anos marca presença na Feira da Golegã. “Com as castanhas assadas não há nada melhor que molhar o ‘bico’ do que água-pé daqui da zona”, confessa fazendo jus ao velho ditado popular: água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa festa pelo São Martinho.

Verão de São Martinho meteu férias e não ajudou ao negócio na Feira da Golegã

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