Trabalhadores de rodoviárias de Santarém e Leiria voltam à greve em Janeiro
Dois dias de greve na passada semana causaram alguma perturbação no serviço.
Os trabalhadores das rodoviárias do Oeste, Lis e Tejo (distritos de Leiria e Santarém) decidiram voltar a fazer greve a 3 e 4 de Janeiro de 2019 e recusar trabalhar nas folgas a partir desta semana, afirmou fonte sindical.
Estes trabalhadores cumpriram no dia 30 de Novembro o segundo dia de greve para protestar contra “situações discriminatórias” relativas a diferenças laborais e salariais entre trabalhadores, por serem abrangidos por duas convenções de trabalho diferentes.
De acordo com Manuel Castelão, da Federação Nacional das Comunicações e Transportes (FECTRANS) a adesão à greve foi “muito forte, ainda mais do que no primeiro dia [quinta-feira], porque houve trabalhadores que na quinta-feira trabalharam, mas que na sexta se juntaram à greve e à manifestação” realizada junto à sede da Rodoviária do Tejo, em Torres Novas.
Na quinta-feira, o sindicalista apontou para uma adesão à greve superior a 85%, enquanto a empresa-mãe, a Rodoviária do Tejo, apontou, num comunicado, para uma adesão de 38,3%.
O sindicalista salientou ainda que os trabalhadores foram recebidos pela empresa para uma reunião, mas não foi assumido pela entidade patronal “qualquer compromisso” de actualização salarial, voltando a dizer que “qualquer actualização salarial teria de ser feita no âmbito da negociação com a acção patronal do sector”.
As três transportadoras pertencem ao grupo Barraqueiro e à Transdev (49% de participação cada uma, com os outros 2% a pertencerem à empresa-mãe Rodoviária do Tejo), explicou.
Num comunicado enviado na quinta-feira, a Rodoviária do Tejo considerou que a adesão à greve no global das três empresas foi de 38,3%. A empresa destacou que “as condições remuneratórias aplicadas pelas empresas são as que decorrem do contrato coletivo em vigor”.
“Visando a revisão do contrato colectivo em vigor, estão actualmente em curso negociações entre a associação que representa o sector dos transportes rodoviários pesados de passageiros (ANTROP) e as estruturas sindicais. A ANTROP apresentou já uma proposta aos sindicatos, a qual aguarda resposta, estando agendada uma reunião para o dia 13 de Dezembro”, salientou a Rodoviária.
Por seu lado, o sindicalista afirmou que “não espera nada da reunião de dia 13, porque se trata de uma revisão do contrato colectivo do sector, estando em cima da mesa uma actualização de 1,5%, o que, em ordenados de 600 euros, valerá oito ou nove euros”.
“O salário mínimo em Janeiro ficará nos 600 euros e um motorista tem um salário de 609 euros, ou seja, grande parte destes motoristas fica com um salário nove euros acima do salário mínimo nacional e é inconcebível”, afirmou Manuel Castelão.