Casas municipais abandonadas em Samora Correia são dor de cabeça para moradores
Município de Benavente reconhece que as habitações, cheias de lixo, precisam ser intervencionadas. Situação configura um risco para a saúde e salubridade pública para quem vive na zona. Câmara diz que intervenções de limpeza e requalificação já estão agendadas.
Quem vive na Estrada da Carregueira, em Samora Correia, está descontente com a quantidade de lixo e a degradação que se verificam em duas habitações existentes naquela zona que são propriedade da Câmara de Benavente, reclamando que os espaços sejam limpos. Em causa está a higiene e salubridade pública, tudo porque o lixo atrai roedores e outros animais errantes. Em causa estão os números 50 e 54 daquela rua, onde existem outras habitações municipais vizinhas e crianças que são atraídas para brincar nas casas devolutas.
Os quintais das duas habitações estão repletos de lixo, que ali foi sendo despejado ao longo dos anos e nunca foi limpo. O mato está alto e por cortar há muito tempo, representando risco de incêndio no Verão. Várias janelas foram vandalizadas e o interior de uma das habitações está num estado deplorável. Quem vive na zona teme também pela sua segurança, porque as casas vazias têm servido de albergue para toxicodependentes e ocupações ilegais de sem-abrigo da zona.
O alerta foi deixado a O MIRANTE por vários moradores da zona, que pedem ao município de Benavente, dono dos dois imóveis, que os limpe e prepare para serem entregues a quem precisa de um tecto.
“Já fiz várias queixas à câmara municipal a pedir que a situação seja resolvida e o espaço seja limpo mas ninguém faz nada nem sequer me respondem”, refere um dos moradores da zona. “Há imensos ratos a andar aqui porque o mato está muito alto e há muito lixo”, lamenta. Numa das casas há até uma velha gaiola de pássaros em avançado estado de degradação. É um cenário, diz quem ali vive, “terceiro-mundista”.
Casas vão ser postas a concurso
A Câmara de Benavente confirma que as habitações são sua propriedade e que se encontram desocupadas há bastante tempo, embora sem concretizar datas. Os residentes garantem que estão naquele estado há mais de ano e meio. O município explica que houve “vicissitudes que originaram a cessação dos anteriores contratos de arrendamento urbano”, tendo sido devolvidas à posse do município. O problema é que nada aconteceu desde então.
A autarquia explica a O MIRANTE que as duas moradias estão inseridas no conjunto do parque habitacional municipal que, no início de 2019, será objecto de concurso público para atribuição de novas casas sociais. Falta apenas ficar concluída a revisão do regulamento municipal que irá disciplinar esse mesmo concurso de atribuição de habitações sociais.
“A câmara reconhece que as moradias em causa necessitam ser objecto de intervenção pelos serviços operacionais municipais, nomeadamente obras de conservação interior visando a reposição das condições de habitabilidade e trabalhos de limpeza dos espaços, intervenções que já estão agendadas e terão lugar em breve”, explica o município.