Uma vontade inexplicável de dar um pouco de nós aos outros
O MIRANTE acompanhou os voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome de Santarém
Ser voluntário é uma forma de concretizar a vontade de ajudar os outros desinteressadamente e sem qualquer outra recompensa para além da satisfação pessoal. É dar um pouco de nós e do nosso tempo a quem necessita de apoio ou ajuda.
No primeiro fim-de-semana de Dezembro, O MIRANTE acompanhou alguns dos voluntários que participaram na campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome de Santarém, uma organização que actua nos concelhos da região da Lezíria do Tejo: Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém. Nesta zona foram recolhidas 57,5 toneladas de alimentos. Participaram mais de mil e quinhentos voluntários.
João Arsénio, 48 anos
“Gosto de ajudar quem precisa”. Faço voluntariado há muitos anos. Gosto de ser voluntário e este meu gosto não tem explicação. Identifico-me com a frase “Nada é mais forte que o coração de um voluntário”. Faço voluntariado para a igreja católica e estou aqui pela associação de pais da escola Ginestal Machado, de que faço parte. Mais tarde também vou ajudar no armazém a separar os alimentos recolhidos que são sobretudo massa, arroz, leite… Os ribatejanos são solidários e conseguem sempre tirar um bocadinho do que é seu para dar.
Sara Grave, 16 anos
“Tanta gente que não tem os recursos que eu tenho”. Gosto de ajudar os outros. Há tanta gente que não tem os recursos que eu tenho que não me custa nada disponibilizar parte do meu tempo para ajudar quem mais precisa. Faço-o no âmbito da disciplina de Educação Moral e Religiosa. Há três anos que colaboro com o Banco Alimentar. Recebemos enlatados, atum, feijão, massa...alimentos que não se estragam rapidamente. Há sempre uma pessoa ou outra que não dá porque não acredita neste tipo de ajuda mas no geral acho que somos pessoas solidárias.
Jorge Antunes, 60 anos
“Pelo bem-estar da comunidade”. Desde que me lembro que pertenço a várias organizações de voluntariado. Sempre que o objectivo é o bem-estar da comunidade estarei presente. Já fiz parte da direcção de um centro de dia e pertenço ao grupo de dadores de sangue de Alcanhões. Estou pela primeira vez a colaborar com o Banco Alimentar. Fui contactado pela junta de freguesia de Alcanhões e disponibilizei-me logo. Os artigos que mais recebemos são os que estão inscritos no saco que entregamos às pessoas, leite, açúcar, óleo, atum, bolachas, grão e feijão, massas, cereais e salsichas. O povo ribatejano é um povo solidário está sempre apoiar causas.
Mariana Antunes, 31 anos
“O voluntariado faz todo o sentido”. Gosto de abraçar boas causas e como foi um amigo que me pediu para estar presente aceitei o desafio. Faz todo o sentido, principalmente nesta altura em que o espírito é darmos uns aos outros. É a primeira vez que faço voluntariado para o Banco Alimentar mas já trabalhei como voluntária noutras áreas como em colónias de férias. O que se recebe mais são enlatados, massas, arroz, leite, e tudo o que sejam produtos que não passem do prazo facilmente. Como estamos próximo do Natal as pessoas estão mais receptivas para ajudar. Os ribatejanos são excelentes cidadãos. Os melhores do mundo. Como ribatejana nem poderia dizer outra coisa (risos).
Maria Curto, 17 anos
“Não custa nada dar um pouco do nosso tempo”. O que são duas horinhas numa vida? Não me importo nada de dar algum do meu tempo para ajudar os outros. A participação em acções de voluntariado foi incentivada pela minha professora de Educação Moral e Religiosa. Também já me voluntariei para trabalhar no canil de Santarém e mais logo vou ajudar no armazém, na distribuição dos géneros alimentícios. Os ribatejanos são muito solidários, só ontem (sábado) recebemos aqui perto de 180 quilos de massa, arroz, enlatados, atum, salsichas… Imaginem o que é isto pelo país todo!