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31 anos do jornal o Mirante

Só com um clister de educação!

Castigador Serafim das Neves
Abri a boca de espanto de tal maneira, quando li que já andamos a trocar e-mails do outro mundo há quase vinte anos, que ainda me doem os maxilares. Do que tu te foste lembrar?! Para que saibas, não acreditei e fui pesquisar... mas devia ter estado quieto. Tens uma memória do escafandro. A coisa começou a 7 de Abril de 1999 quando em vez de partir as fuças a um amante do desporto que se entretinha a chamar nomes a umas miúdas que estavam a jogar basquetebol, te mandei um e-mail para desabafar.
Há quem diga que vinte anos é muito tempo e que o mundo evoluiu extraordinariamente desde então, mas eu, sabendo que, ainda hoje, se for a um qualquer jogo de jovens, de qualquer modalidade, vou descobrir nas bancadas a mesma cáfila a zurrar as mesmas anomalias psíquicas, posso testemunhar que o que evoluiu mesmo foi apenas o fabrico de telemóveis topo de gama.
Não sei porque pensaste no professor Marcelo para a efeméride mas deve ter sido num breve momento de loucura. Talvez tenhas tido um vislumbre da Marcela Temer, esposa do anterior presidente do Brasil, que vai bem fresca a meio dos seus trintas mas, tanto num caso como no outro acho que devemos apostar em algo mais... desbundante, digamos assim. Enfim, temos dois meses para pensar no assunto.
Depois das notícias do roubo de material hospitalar do Hospital Egas Moniz tenho curiosidade em saber se o mesmo vai aparecer na Chamusca, se a aparição vai ser encenada como da outra vez e se no elenco vai haver GNR de algum posto distante.
Há quem desvalorize o caso dizendo que não se trata de material de guerra como em Tancos mas quando me explicam que se trata de equipamentos para a realização de exames de endoscopia e colonoscopia, eu prefiro não dizer ai... nem ui.
Sei lá eu do que é capaz de fazer, alguém bem treinado, com oito vídeo-colonoscópios, um vídeo-duodenoscópio e um vídeo gastroescópio? Se a minha avó com um simples clister fazia as razias que fazia, sem sequer calçar umas luvas, o que ela não seria capaz de fazer com equipamentos diabólicos como os que foram roubados. Já houve guerras que começaram por menos, digo eu.
Já agora vamos esperar para ver se os ladrões devolvem mais material do que aquele que levaram mas não me admirava nada que aparecessem duas caixas de arrastadeiras e meia dúzia de urinóis portáteis.
Soube um destes dias que houve jornalistas impedidos de mostrarem imagens de uma iniciativa de uma escola, para a qual tinham sido convidados, porque uma parte dos pais dos jovens que participaram alegou o direito à imagem dos seus filhos. O caso gerou alguma discussão porque havia outros pais que não se importavam que as habilidades dos seus rebentos fossem publicadas.
Pessoalmente não sei o que há a discutir? A lei prevê a não divulgação de imagens de menores em risco e toda a gente sabe que actualmente qualquer menor, seja ele quem for, está em risco. E se assim é, nada de imagens nos meios de comunicação social.
E não vale a pena chorar lágrimas de crocodilo porque não existe censura, nem se perdeu nada. Afinal o acontecimento foi integralmente filmado por dezenas de telemóveis de pais, tios, avós, irmãos vizinhos e amigos dos participantes e colocado de imediato nas mais diversas redes sociais, onde só podem ser vistos pelos grupos restritos de amigos, que geralmente não ultrapassam os três mil e seiscentos por pessoa.
Saudações generosas
Manuel Serra d’Aire

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