Não sei qual vai ser o desfecho deste caso mas não me custa acreditar que se venham a provar as suspeitas de falsas inscrições no projecto e recuperação de toxicodependentes do Projecto Homem, com o objectivo de conseguir mais verbas para a organização.
A obtenção de mais verbas daquela forma é ilegal e deve ser sancionada se efectivamente se provar mas não podemos continuar a fingir que não há razões fortes para alterar o sistema.
O Estado paga pouco às instituições de solidariedade social que fazem o que ao Estado compete. Basta fazer as contas e perceber que os trabalhadores daquelas instituições, por exemplo, são muito mais mal pagos e têm menos regalias que os trabalhadores do Estado nas mesmas funções para perceber que é injusta a tentativa do Estado poupar à custa de quem trabalha.
Por outro lado, na maioria dos casos e ao contrário dos que só sabem denegrir, o dinheiro obtido de formas ilícitas não se destina a encher os bolsos de dirigentes, como no famoso caso Raríssimas, mas vai reforçar outras valências das organizações e servir para dar apoio a quem mais necessita. Mas não deixa de ser crime!!
José Francisco Carvalhal Marques