Não se percebe por que motivo, quando se fala da complementariedade da pista de Alverca ao aeroporto da Portela, o assunto é falado com tanta timidez. O desabafo foi deixado na última semana pelo presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), que continua a defender a abertura da pista da OGMA – Indústria Aeronáutica aos voos executivos.
“Nunca percebi porque é que sempre que se fala da pista de Alverca se fala dela com uma timidez tremenda. Alverca tem uma potencialidade extraordinária que não está a ser totalmente aproveitada. Nestes últimos 50 anos sempre se falou da alternativa Alverca e até hoje nunca se rentabilizou”, considerou o autarca. No dia em que apresentou uma nova imagem visual para o seu concelho, Mesquita acabou questionado pelos jornalistas sobre o tema do aeroporto para Alverca e voltou a não esconder o seu desagrado pelo impasse em que está mergulhado.
“Gostávamos de rentabilizar a pista de Alverca mas apenas para a aviação executiva e não mais do que isso, porque os restantes voos iriam causar ali grandes problemas de ruído. E gostávamos que tudo isso fosse concretizado sem ser colocada em causa a actividade militar”, notou.
Alberto Mesquita confessa não entender “como é que não se aproveita” uma estrutura que está “a dois passos de Lisboa” e nota que seria a região e o país a ganhar com tal decisão. “O futuro exige que seja feito um olhar sério para Alverca e se tomem decisões para que a pista não fique eternamente expectante”, apelou.
Há muito que o autarca tem defendido a criação de um aeroporto misto, onde coexistisse actividade militar da Força Aérea Portuguesa (FAP) e aviação executiva de baixa densidade na pista de Alverca. Visão partilhada pelo presidente da OGMA, Marco Tulio Pelegrini, que também já defendeu publicamente que a pista de Alverca pode servir para receber voos executivos.