CIMT reconhece Casa-Memória de Camões, em Constância, como de interesse regional
Presidente da associação quer que Governo reconheça edifício como de interesse nacional para que espaço possa abrir ao público. Concluído há mais de uma década, o projecto da Casa-Memória de Camões nunca chegou a abrir ao público. CIMT reconheceu o seu interesse regional.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) aprovou, por unanimidade, há cerca de um mês, uma declaração em que reconhece o interesse regional da Casa-Memória de Camões, em Constância. O presidente da associação da Casa-Memória de Camões, António Matias Coelho, considera que este é um passo importante para que o edifício, que está concluído há cerca de 13 anos, possa abrir ao público.
Matias Coelho disse a O MIRANTE que a associação quer que o reconhecimento de interesse do espaço seja feito também a nível nacional e que haja empenho por parte do Ministério da Cultura neste processo. O dirigente reuniu recentemente com a secretária de Estado da Cultura. “A nossa expectativa é que quando a secretária de Estado vier a Constância traga uma estratégia para a casa-memória”, disse Matias Coelho a O MIRANTE.
Matias Coelho critica o facto de existir um edifício que tem tudo para ser considerada a casa de Camões e que está fechado por pequenas burocracias. “Vivemos num país que tem Camões como referência máxima em termos de identidade. É o nosso poeta maior e existe uma Casa-Memória de Camões que não é aproveitada porque está fechada devido a pormenores que podem ser ultrapassados. Portugal não tem sabido valorizar Camões que foi, de longe, um dos maiores intelectuais de sempre da nossa cultura. Foi grande em tudo, pelos valores que defendeu e pelos conhecimentos culturais que tinha”, destacou.
A Casa-Memória de Camões está construída desde 2005 e nunca abriu ao público porque não dispõe de conteúdos para cumprir a sua função. Para isso precisa de uma verba avultada que não está ao alcance da associação. O presidente da Associação da Casa-Memória de Camões sublinha que não quer dinheiro por parte do Estado. Apenas pretendem o reconhecimento nacional da casa e que o edifício seja considerado a Casa de Camões que Portugal não tem.
“O reconhecimento a nível nacional já nos permite ir junto de patrocinadores para conseguirmos meios financeiros que são imprescindíveis para avançar com o projecto museográfico e que há-de permitir que esta casa tenha conteúdos para poder abrir ao público”, explicou. O objectivo da associação é que a Casa-Memória de Camões seja um projecto de natureza cultural que pode potenciar muito o turismo não só da região como também do país.