Municípios devem unir-se e criar sinergias para captar turistas para a região
Turismo no Médio Tejo foi debatido em Constância. Câmaras municipais e comunidade intermunicipal devem criar condições para estruturar o produto turístico da região do Médio Tejo.
É fundamental que os autarcas da mesma região trabalhem em conjunto para captar os turistas que ainda não conhecem Portugal mas que pretendem fazê-lo. “Não há excesso de turismo, o que é preciso é criar canais que facilitem a deslocação dos turistas para vários locais da região”. A opinião é de António Marques Vidal, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), que participou no workshop “+Animação no Médio Tejo”, que decorreu na tarde de quinta-feira, 28 de Março, no auditório da Casa-Memória de Camões, em Constância.
Marques Vidal defende que se existem dormidas em Tomar, por exemplo, não é necessário construir mais locais para dormir em Constância. “O que é importante é criar oportunidades para os turistas ficarem em Tomar mas que experimentem o turismo existente em Constância, Abrantes e Ourém, por exemplo. É fundamental que se criem sinergias e que os municípios trabalhem de forma articulada para trazerem mais turistas para a sua região. As câmaras municipais e a comunidade intermunicipal têm que criar condições para estruturar o produto turístico da região”, sublinhou.
A presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), Anabela Freitas, que também é presidente da Câmara de Tomar, referiu que a região do Médio Tejo é muito rica do ponto de vista turístico e tem que ser bem aproveitada. “Podemos ter o melhor evento do mundo, senão o divulgarmos não nos vale de nada”, disse, acrescentando que estão a pensar em estratégias que possam desenvolver a região e criar postos de trabalho. “O turismo industrial tem um grande potencial na nossa região”, destacou.
António Marques Vidal e Nuno Lopes, da ID Tour (uma das organizadoras do evento), concordaram que grande parte do problema na área do turismo deve-se aos empresários que não trabalham em conjunto e sim cada um por si. “O empresário português só investe se vir que vai ter algum retorno e aqui na região é preciso arriscar para colher frutos no futuro”, explicou Marques Vidal, acrescentando que é fundamental trabalhar em conjunto.
O representante da Turismo do Centro disse que das 800 empresas de turismo 97 são empresas de animação turística na região do Médio Tejo. Miguel Mendes alertou os empresários presentes no workshop para importância dos projectos contrariarem a sazonalidade do turismo.
Adaptar negócios às alterações climáticas
Um dos empresários presente na sala alertou para o problema dos caudais dos rios Tejo e Zêzere serem cada vez menores e isso prejudicar o negócio de quem vive da água. António Marques Vidal alertou que as alterações climatéricas são uma realidade e Portugal e Espanha são dos países da Europa que estão a sofrer mais. O empresário afirmou que a solução é adaptar os negócios e alterá-los consoante as necessidades do mercado. “Vai existir cada vez menos água e temos que viver com essa realidade. Não podemos apostar em projectos que precisem de água. Os empresários têm que saber readaptar-se”, concluiu.