Centenário da praça de touros leva os melhores da festa brava à Chamusca
Santa Casa da Misericórdia da Chamusca quer fazer da vila a capital da aficción 2019. As comemorações do centenário da praça de touros vão levar à arena ribatejana já este sábado, 6 de Abril, nomes do toureio como Rivera Ordonez “Paquirri”, Morante de la Puebla e Manuel Jesus “El Cid”.
Capital da aficción 2019 é como a Chamusca pretende ser reconhecida tendo como mote as comemorações dos 100 anos da Praça de Touros. O programa de actividades arranca em Abril e só termina em Dezembro. Ao todo são cinco as corridas de touros que a praça vai receber, apresentando os melhores nomes do mundo tauromáquico.
Além das corridas de touros, a vila acolhe, de 11 a 13 de Julho, o Congresso Internacional de Tauromaquia. Outra das actividades merecedoras de destaque é a Final do Circuito Nacional de Recortadores, a 5 de Outubro, uma organização da Eh Toiro, que fez questão de associar-se a estas comemorações. O programa foi apresentado pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia da Chamusca, Nuno Castelão, no dia 27 de Março, no Miradouro da Senhora do Pranto.
Dia 6 de Abril marca o arranque do programa, com o Festival Taurino Misto, de beneficiência a favor da Santa Casa da Misericórdia, que traz à Chamusca três grandes nomes do toureio a pé espanhol: Rivera Ordonez “Paquirri”, Morante de la Puebla e Manuel Jesus “El Cid”. A cavalo haverá dois duos: João Salgueiro vai tourear com o filho, João Salgueiro da Costa, e António Ribeiro Telles (filho) apresenta-se também com o pai, António Ribeiro Telles, na sua lide. As pegas vão estar a cargo do Grupo de Forcados do Aposento da Chamusca.
A corrida tem início pelas 16h00, mas antes os toureiros são recebidos na câmara municipal, de onde sai um cortejo de carros clássicos, que os transportam pelas ruas da vila até à Praça de Touros.
Logo pela manhã, no Largo Vasco da Gama, vai decorrer o II Concurso de Toureio de Salão “Vem Tourear”, uma organização da Academia do Campo Pequeno, Escola de Toureio do Montijo e Clube Taurino do Concelho da Chamusca. Este é um concurso destinado aos jovens entre os 6 e os 18 anos, que inclui uma prova de toureio a pé, avaliada nos três tércios: capote, muleta e bandarilhas.
No mesmo dia é ainda inaugurada a exposição de cartazes taurinos “100 Anos em Cartaz”, na galeria da câmara. Trata-se de uma exposição evocativa da trajectória taurina da Chamusca, onde se procura imortalizar épocas, momentos e personalidades notáveis nos períodos áureos da festa taurina.
A 30 de Maio, Quinta-feira de Ascensão, a Chamusca pretende ter de novo praça cheia, com outro cartel de luxo, em mais uma corrida mista com os matadores António João Ferreira (Tójó) e Casquinha, os cavaleiros Luís Rouxinol e Francisco Palha e os Forcados Amadores da Chamusca e Aposento da Chamusca.
Manuel José Moedas, o último mesário responsável pela Praça de Touros, falecido recentemente, e o Grupo de Forcados do Aposento da Chamusca, que completam 35 anos de existência, vão ser homenageados a 1 de Junho, numa corrida onde pisam a arena os cavaleiros João Moura Junior, Salgueiro da Costa e Duarte Pinto e os Forcados Amadores de Santarém e Aposento da Chamusca.
A 3 de Agosto, dia em que se comemora o centenário da inauguração da praça, será recordado o seu promotor, Alberto Empis, com uma faena onde vão marcar presença João Moura, António Telles e Rui Salvador e os Forcados Amadores de Lisboa, Amadores da Chamusca e Aposento da Chamusca.
No dia 25 de Maio tem lugar um momento em que a Santa Casa da Misericórdia pretende envolver a população com o escultor Rui Fernandes, na construção de uma escultura ao vivo, em barro, que será colocada junto à praça de touros e inaugurada a 3 de Agosto, denominada O Toiro.
Cem anos de história ao serviço da festa brava
Inaugurada a 3 de Agosto de 1919, tendo como principal promotor Alberto Empis, a Praça de Touros da Chamusca, tem capacidade para 3.300 pessoas. No ano passado foi alvo de obras ao nível das infra-estruturas que se encontravam degradadas. Neste momento a praça está a 100 por cento no que às imposições legais diz respeito, após um investimento que rondou os 200 mil euros, suportados pela Santa Casa, com algum apoio da câmara municipal.
“Assim que tomámos posse, em finais de 2017, herdámos um bem que estava perdido ao nível da segurança”, referiu Nuno Castelão. Esta praça representa “um bocadinho das gentes da Chamusca, que têm uma ligação muito grande ao meio tauromáquico e não podia continuar na decadência”, diz ainda o provedor.