No sábado, 30 de Março, um homem de 63 anos foi colhido por um comboio Intercidades, na passagem de nível que dá acesso ao cais de Vila Franca de Xira. A vítima, residente na cidade, faz subir para 28 o número de mortes na zona da estação e passagem de nível de Vila Franca de Xira nos últimos 12 anos.
O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), diz que está em curso a tentativa de deslocalização dessa passagem de nível perigosa, mas entretanto lançou um apelo à população para que não arrisque e respeite a sinalização que alerta para o perigo. Se as cancelas estiverem em baixo o melhor é nem sequer pensar em atravessar a linha.
Recorde-se que nas últimas três semanas outras duas pessoas perderam a vida na linha de comboio em Vila Franca de Xira: uma mulher de 67 anos na passagem de nível do cais, depois de ter desrespeitado a sinalização e ser colhida por um Alfa Pendular; e um homem de 70 anos, que caiu à linha na estação.
“Há questões que, por mais que encontremos outras soluções, não conseguiremos resolver. Se as pessoas não ajudarem no cumprimento das regras de segurança será complicado resolver o problema”, lamenta Alberto Mesquita. Esperar alguns minutos não custa e pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
O autarca admite que acabar com o facilitismo pode não ser simples mas que é uma tarefa de todos. “As pessoas habituaram-se a atravessar naquela zona há 163 anos, desde que houve a primeira passagem de um comboio pela nossa cidade. Ao fim de todos estes anos vamos tentar minimizar o problema e acredito que esta nova reunião que vamos ter com a Infraestruturas de Portugal poderá fechar o processo de negociação em curso”, explica.
A solução a adoptar será sempre provisória, já que a solução definitiva passará pela requalificação completa do largo 5 de Outubro, para onde será deslocalizada a passagem de nível do cais. O objectivo é aumentar a visibilidade, já que a actual passagem está numa curva. O autarca falava em resposta aos vereadores da CDU, que voltaram a defender a existência de um guarda de linha no local para impedir as pessoas de atravessarem quando as cancelas estão em baixo. Carlos Patrão, do Bloco de Esquerda, também se manifestou preocupado com a situação.