Misericórdia da Chamusca prepara reestruturação dos serviços à infância
Encerramento da valência de pré-escolar é uma das medidas apontadas. As três salas de creche e uma de pré-escolar estão a 50 por cento da capacidade e o seu funcionamento dá prejuízo. O provedor da Santa Casa pensa não haver necessidade de despedimentos e diz que tudo fará para manter os recursos humanos.
A Santa Casa da Misericórdia da Chamusca vai reestruturar os serviços da sala de pré-escolar, frequentada por 25 crianças. Esta valência é a que mais prejuízo tem dado à instituição de solidariedade social, devido à falta de procura, uma vez que está a trabalhar apenas a 50% da sua capacidade. Para contornar essa realidade, a instituição tem em cima da mesa a possibilidade de ceder essa valência a uma junta de freguesia. Neste sentido foram já feitas algumas reuniões com presidentes de junta do concelho. O tema foi abordado na última assembleia geral da Santa Casa da Chamusca que decorreu no sábado, 30 de Março.
“Aquilo que tem que ser feito é terminar com o prejuízo que, principalmente, a sala do pré-escolar tem causado”, avançou a
O MIRANTE, o provedor da Santa Casa da Chamusca, Nuno Castelão.
Quanto aos postos de trabalho, Nuno Castelão refere apenas que pensa “não haver necessidade” de despedimentos e que a instituição vai tentar “arranjar soluções”.
Ao nível das três salas de creche, frequentadas por 23 crianças, vão manter-se como estão, mas está também em consideração uma “união de recursos” para terminar com a existência de sobreposição de oferta.
A falta de procura destas valências na Santa Casa é a causa principal das medidas que vão ser tomadas num curto espaço de tempo. “Não podemos continuar a investir em serviços que nos dão prejuízo, em detrimento de outros onde temos uma enorme procura, nomeadamente no que respeita à população mais idosa, concretamente no lar de idosos”.
Nuno Castelão diz que transferir o pré-escolar para o sector público parece ser o que faz mais sentido. “Quanto às salas de creche, o tempo dirá o que fará mais sentido, mas uma coisa é certa: se continuar a não haver procura na creche, temos que ver, no futuro próximo, que rumo dar”, afirma o provedor, considerando que com a abertura do novo Centro Escolar da Chamusca, cuja inauguração está prevista para 23 de Abril, mais alunos se percam com essa nova oferta. “Não devemos, nem podemos estar a competir com o sector público, o Centro Escolar vai abrir e captar muitas crianças. Os nossos serviços já não são muito procurados e as previsões não são de melhorar”, argumenta.
Os novos dirigentes da Misericórdia da Chamusca tomaram posse há pouco mais de um ano e encontraram a instituição a necessitar de “muita dedicação”, principalmente a nível financeiro. Nuno Castelão diz haver um grande desfasamento, por parte do Governo, sobre o que é a realidade das despesas das instituições de solidariedade social e das condições sociais das famílias e, por consequência, a quantidade das verbas que transfere. Segundo o provedor, aquilo que o Estado transfere para a Santa Casa da Chamusca situa-se entre os 25 a 30 por cento dos custos reais dos serviços que a instituição presta à população.