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Piratas informáticos deixam ABEIV com documentos bloqueados
Vasco Matos

Piratas informáticos deixam ABEIV com documentos bloqueados

Caso foi reportado à Polícia Judiciária e a segurança reforçada. Atacantes lançaram um isco aos computadores da associação de Vialonga e um funcionário caiu na armadilha. Tal como num sequestro, os piratas exigiram um resgate de vários milhares de euros para devolver o acesso aos documentos.

Um ataque informático aos computadores da Associação de Bem-Estar Infantil de Vialonga (ABEIV) deixou a associação sem acesso a milhares de documentos. Os piratas informáticos bloquearam os acessos aos ficheiros e exigiram à colectividade o pagamento de milhares de euros à troca de libertarem o código que permitia aceder aos ficheiros. O técnico de informática que presta serviço à ABEIV não conseguiu contornar o sistema instalado pelos atacantes e o caso foi reportado à Polícia Judiciária, que está a investigar.
O crime aconteceu depois dos atacantes enviarem um e-mail com um anexo contaminado para a associação, que depois de ter sido aberto por um funcionário activou o software nocivo. A Judiciária aconselhou a ABEIV a não pagar o valor exigido, já que na maioria das vezes os piratas digitais não desbloqueiam os ficheiros e pedem um segundo pagamento de valores ainda mais elevados.
A melhor forma de evitar estes ataques, tal como o perito informático Luís Farias, da Goldesk, já havia explicado a
O MIRANTE, é nunca abrir emails de estranhos com anexos, ou mesmo emails que, com proveniência “familiar”, denunciem algum tipo de linguagem estranha. “O email é a porta de entrada principal para os vírus, mas também podem entrar no sistema quando se acede, por exemplo, a sites de filmes e softwares piratas”, alertou.

Dados dos utentes não estão em risco
O presidente da ABEIV, Vasco Matos, explica que os atacantes bloquearam os ficheiros na totalidade e sem os seleccionar por assunto. No leque estavam, entre outros, listas de associados, utentes e contabilidade. O dirigente garante que nenhuns dados privados de utentes ou funcionários ficaram expostos. “A garantia que a polícia nos deu é que nenhum dos ficheiros foi removido ou copiado, simplesmente deixou de poder ser acessado”, explica.
O ataque aconteceu em Maio de 2018 e foi mantido em sigilo para permitir que muita da informação que estava na plataforma informática pudesse voltar a ser compilada e inserida de novo nos sistemas informáticos. O dirigente explica que já foram dadas indicações para reforçar a segurança do seu parque informático e diz que actualmente a informação sensível da ABEIV já não se encontra num só local mas em vários servidores, para impedir situações semelhantes no futuro.
“Apesar de tudo a situação não perturbou em nada o normal funcionamento da associação e o serviço que prestamos aos utentes. O maior problema foi para os nossos funcionários, que tiveram de estar a introduzir manualmente, novamente, a maioria da informação que foi atacada”, lamenta o dirigente.

Relatório e contas atrasado
Outro dos constrangimentos que a situação causou foi obrigar a associação a pedir à Segurança Social uma prorrogação excepcional do prazo de entrega do seu relatório e contas, que devido à situação ainda está a ser finalizado. Por lei a associação tinha até 31 de Março para levar a discussão em assembleia geral o seu relatório e contas de 2018. Foi agendada a assembleia mas a votação acabou por ter de ser adiada porque o documento ainda não se encontrava pronto a ser apreciado pelo conselho fiscal e pelos sócios. Está agendada nova assembleia para 26 de Abril às 20h30 na sede da ABEIV, na rua José Régio, no Parque Residencial de Vialonga.

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