Duas semanas depois de o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), tornar pública a decisão de não se recandidatar nas próximas autárquicas de 2021, o vereador socialista Silvino Lúcio chega-se à frente e confessa a intenção de avançar como cabeça de lista do partido. “Tenho essa vontade mas terei de ser sufragado em comissão política. Estou a pensar no início de 2020 lançar esse desafio ao partido”, declarou a
O MIRANTE. O vereador considera que “ainda é cedo” para o PS começar a debater o assunto.
A polémica que marcou as autárquicas de 2017 não faz esmorecer a ambição de Silvino Lúcio que, recuando até ao tempo em que foi presidente de junta, adjunto do presidente e vice-presidente, considera que este é o “caminho natural de um percurso político”.
Recorde-se que nas últimas eleições o PS de Azambuja viveu alguma turbulência interna com Silvino Lúcio a opor-se à recandidatura de Luís de Sousa, apresentando-se ele próprio como alternativa. Durante a votação interna da concelhia para a escolha do candidato, Silvino obteve 13 votos, contra oito de Luís de Sousa. Porém, a Federação da Área Urbana de Lisboa do PS (FAUL) chamou a si o processo de escolha do candidato do partido à presidência da Câmara de Azambuja decidindo a favor de Luís de Sousa.
Questionado por O MIRANTE, caso o cenário se repita e se gere uma batalha entre possíveis candidatos, Silvino Lúcio garante que prefere afastar-se do que “criar uma cisão no voto”, por saber que muitos o apoiariam como candidato independente. Sublinhando que é fundamental ter maioria numa autarquia local, diz não ver qualquer vantagem em dividir o Partido Socialista, lembrando que já na última ida às urnas, “o PCP não elegeu o segundo vereador por 58 votos” e que só com a entrada do Bloco de Esquerda e o corte do PSD com o CDS é que o PS conseguiu a maioria.
Silvino Lúcio afirma ainda que antes de formalizar a sua ambição, o mais importante é rodear-se de um conjunto de pessoas que poderão fazer esse caminho a seu lado.