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Apanhar lixo das margens por amor ao Tejo
Membros do Desplastifica-Tejo juntam-se uma vez por mês para limpar as margens e as zonas ribeirinhas de Vila Franca de Xira

Apanhar lixo das margens por amor ao Tejo

Grupo de moradores anda há um ano a recolher lixo das zonas ribeirinhas do concelho de Vila Franca de Xira. Desplastifica-Tejo é um grupo informal de moradores do concelho de Vila Franca de Xira que desde Maio do último ano ocupam um fim-de-semana por mês a recolher lixo das margens do Tejo. Já tiraram milhares de quilos de resíduos e os objectos mais curiosos vão ser exibidos numa exposição.

Contribuir para um melhor meio ambiente, reduzir a pegada ecológica e ao mesmo tempo sensibilizar a população e os políticos para a importância de preservar o rio Tejo são os objectivos do Desplastifica-Tejo, um grupo informal de moradores do concelho de Vila Franca de Xira que mensalmente se junta para retirar todo o lixo que encontrem nas margens.
Não estão ligados a nenhuma associação ambientalista e vivem sem quaisquer apoios. O que fazem é apenas pelo espírito de servir o ambiente e contribuir para que não haja tanto lixo e plástico acumulado nas margens ribeirinhas do concelho e a desaguar no mar. A ideia nasceu em Maio do ano passado por Luís Pereira, Carla Barradas e Petra Marques, que vivem em Alverca, Alhandra e Póvoa de Santa Iria, respectivamente.
Já tinham o hábito de caminhar à beira rio e quando encontravam bocados de lixo ou plástico apanhavam-no para colocar nos ecopontos. “Um dia lembrámo-nos: porque não nos juntamos uma manhã apenas para nos dedicarmos a encontrar e livrar o rio deste lixo? Foi assim que a ideia cresceu”, contam a O MIRANTE, durante a última acção de limpeza que realizaram em Abril em Alhandra.
O grupo tem crescido, sendo já perto de duas dezenas e meia de pessoas. Já fizeram nove acções de limpeza nas zonas ribeirinhas de Vila Franca de Xira, Alhandra, Forte da Casa e Póvoa de Santa Iria, de onde sacaram milhares de quilos de lixo de todas as variedades. Plásticos, redes de pesca e esferovite continuam a ser os principais objectos encontrados. Mas há mais. “Tudo o que se imagine nós encontrámos. Até embalagens vindas de Espanha que estavam presas nas nossas margens”, lamenta Luís Pereira, que já chegou a ser coordenador em Vila Franca de Xira da acção Limpar Portugal.

Binóculos, uma bicicleta e plástico
Os objectos mais peculiares estão a ser guardados pelo grupo para serem apresentados numa exposição que visa assinalar o primeiro ano do Desplastifica-Tejo e sensibilizar as pessoas para a porcaria que anda a flutuar à beira do rio. O local para a sua concretização ainda está em análise.
Na manhã em que O MIRANTE acompanhou a iniciativa foi encontrado de tudo pelos voluntários: desde uns binóculos a uma bicicleta, autoclismo, ferros de uma cama, redes, roupas e embalagens de todo o tipo, até sapatos. “O que tentamos fazer é sensibilizar as pessoas para a importância de preservar o rio Tejo, não o poluir e também reduzir o consumo”, contam.

Políticos ainda não fazem o suficiente
A classe política não está a fazer o suficiente pela preservação do rio Tejo e pela sensibilização da comunidade para a importância de o preservar. A ideia é defendida por Luís, Carla e Petra, que dizem que foi na zona ribeirinha da Póvoa de Santa Iria que mais lixo foi encontrado e recolhido.
Neste momento esperam conseguir cativar alguém que possa alinhar na iniciativa com um barco para que possam chegar às margens dentro do rio, que são as mais poluídas. “Há muito lixo nessas zonas mas não lhe conseguimos chegar. Quem tiver um barco e nos queira ajudar é bem vindo”, apela Petra Marques. A próxima iniciativa do grupo irá decorrer na freguesia de Vialonga.

Apanhar lixo das margens por amor ao Tejo

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