uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
A paixão de voar com os pés bem assentes no chão
Filipe Bernardino vive em Samora Correia e é um dos rostos nacionais do aeromodelismo

A paixão de voar com os pés bem assentes no chão

Pilotos de todo o país participaram num festival de aeromodelismo na base militar de Alverca. Dezenas de moradores da cidade e da região foram no último fim-de-semana ver aviões em miniatura e acrobacias dos melhores praticantes nacionais de aeromodelismo.

No aeromodelismo, mais importante que ficar a olhar para um avião despenhado, é ter a força de vontade e a ambição necessária para o reconstruir e voltar a enviar para os céus. Uma máxima que também se pode aplicar à vida, conta Emanuel Fernandes, um dos praticantes de aeromodelismo que esteve presente no festival realizado em Alverca do Ribatejo no domingo, 12 de Maio.
Morador em Samora Correia, Emanuel tem 68 anos e foi técnico informático na banca. Apaixonou-se pelo aeromodelismo com 13 anos, nas antigas escolas de um clube de Lisboa, que na altura ensinava a montar os aviões e a levantar voo. “Naquele tempo construía-se mais aviões do que hoje, em que se compra já tudo feito. Viciei-me neste passatempo e nunca mais parei”, conta a O MIRANTE.
Praticante de provas nacionais e internacionais, Emanuel faz também parte dos órgãos sociais da Federação Portuguesa de Aeromodelismo (FPAM) e é um dos mais de oitenta pilotos de todo o país que esteve na base área de Alverca a participar no festival. “Esta actividade ajuda-nos a esquecer os problemas. Enquanto estamos a voar não pensamos em mais nada, estamos apenas focados em manter o avião no ar e a fazer as manobras que são necessárias”, explica.

“Já despenhei muitos aviões”
Actualmente pilota um avião eléctrico de competição cujo preço ronda os dois mil euros, mas garante que os apaixonados pelos aviões em miniatura podem entrar na modalidade com exemplares a partir dos cem euros. A mulher, confessa, não lhe dá na cabeça por gastar tanto tempo e dinheiro na modalidade. “Até me ajuda e já está habituada (risos). Inclusive já me acompanhou em diversos encontros internacionais. Já despenhei muitos aviões ao longo da vida, isso acontece, principalmente nas fases iniciais quando treinamos. Mas mais importante que isso é voltar a meter o avião no ar”, conta.
Emanuel não duvida que o aeromodelismo é uma actividade que pode ser bastante útil para os jovens. “É preciso focar-se num objectivo e ter força de vontade para construir, treinar e crescer. É uma actividade muito formativa e interessante”, defende. É essa paixão que faz Emanuel percorrer às vezes mais de 300 quilómetros para assistir a provas e às vezes integrar o quadro competitivo.
O festival realizado na base de Alverca foi possível com o apoio da OGMA e do Depósito Geral de Material Aeronáutico da Força Aérea Portuguesa, que permitiram aos pilotos utilizar parte da pista de voo para as demonstrações. Filipe Bernardino, presidente da FPAM, fez um balanço positivo da actividade e explicou que a escolha de Alverca para acolher o festival se deveu “à tradição histórica e às raízes de Alverca para com a aviação”. Durante todo o dia campeões nacionais e internacionais de todo o país mostraram ao público algumas das suas melhores manobras, em drones, helicópteros e aviões movidos a gasolina, electricidade e a jacto, havendo também lugar a planadores.

A paixão de voar com os pés bem assentes no chão

Mais Notícias

    A carregar...